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Wellington Dias com Lula - Foto: Cristiano Mariz/28.02.2023
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quarta-feira 26 de julho de 2023 às 18:33h

Presidente da Caixa e ministério de Wellington Dias devem dar lugar ao Centrão

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De repouso no Palácio da Alvorada, por conta de um procedimento médico para afastar as dores no quadril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve aproveitar os próximos dias segundo Renan Truffi e Fabio Murakawa, do jornal Valor, para definir os rumos da reforma ministerial. E, apesar da pressão de setores do PT e de militantes do movimento de moradia, os alvos preferenciais do corte continuam sendo a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, e o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT-PI).

Segundo interlocutores do governo, os dois estão “praticamente guilhotinados”, ou seja, devem mesmo ser demitidos para darem lugar a nomes do Centrão, grupo político ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Isso porque o bloco já indicou dois representantes que aguardam a reforma acontecer para assumir cargos no primeiro escalão do governo. São eles os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

A dúvida ainda é como será feita a “dança das cadeiras”. Neste sentido, uma ala da articulação política defende que Lula ofereça ao Centrão o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que hoje está sob o comando de Esther Dweck. Neste desenho, ela seria deslocada para o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), pasta considerada sensível por controlar o programa Bolsa Família.

O problema é que o Centrão resiste a aceitar um ministério “menor”. Segundo interlocutores do grupo, caso o governo não queira ceder o MDS, o bloco irá insistir numa pasta de “porte parecido”, como o Ministério da Educação ou Saúde. Este último, no entanto, está nas mãos de Nísia Trindade e Lula já avisou que não aceita negociá-lo.

A presidente da Caixa, Rita Serrano, por sua vez, deve mesmo dar lugar a um nome do Centrão. Os cotados, até o momento, são Gilberto Occhi e Margarete Coelho, ambos do PP. Occhi é conhecido por ter sido ministro da Integração Nacional durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e tem a seu favor o fato de já ter sido presidente da Caixa na gestão do ex-presidente Michel Temer.

Já Margarete entrou na lista de cotados por ser mulher. O motivo é que Lula não quer ser acusado de deixar seu governo com menos equidade de gênero. Ex-deputada federal, Margarete também é ex-vice-governadora do Piauí e, atualmente, exerce um cargo na diretoria de Administração e Finanças do Sebrae.

O problema de demitir Rita Serrano é que Lula irá desagradar uma parcela da sua base eleitoral: os militantes do movimento de moradia, que temem ver o programa Minh Casa, Minha Vida, sob comando da Caixa, cair nas garras do Centrão.

Há algumas semanas, o presidente foi surpreendido quando a cerimônia de sanção do novo Minha Casa, Minha Vida (MCMV), se converteu num ato de defesa da atual presidente da Caixa. Representantes dos movimentos de moraria presentes na cerimônia, aproveitaram para fazer discursos defendendo que ela fique no cargo.

“Reafirmamos que a nossa presidenta é você, Rita Serrano. Só é possível avançar nas conquistas dos direitos sociais da classe trabalhadora quando temos um governo comprometido com o projeto democrático. Pelo direito a moradia no campo e por uma Caixa pública, democrática, Rita Serrano fica”, disse Jéssica Brito, representante do Movimento Camponês Popular, na ocasião. A representante da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Bartira Costa, também fez o mesmo pedido ao entoar o coro com o público presente. “Rita fica”, “Rita Fica”, repetiu.

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