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quinta-feira 13 de abril de 2023 às 20:18h

Lula voltou dos EUA de mãos abanando e chegará da China de malas cheias

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“O contraste será tremendo”, avalia o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington, sobre as viagens de Lula aos EUA e à China. Com Joe Biden, Lula chegou e saiu de mãos abanando, sem sequer um valor razoável para o Fundo Amazônia. Com Xi Jinping, levou e vai trazer malas cheias de acordos e intenções.

O saldo esperado é de duas dezenas de acordos nas mais variadas áreas, de ambiente a infraestrutura, agricultura a carro elétrico, satélites a aviões da Embraer. E a foto de Lula com Xi Jinping vai rodar o mundo. Lula leva o Brasil de volta à arena internacional, Xi Jinping expõe o raio de ação da China na América Latina, África, Europa e a própria Ásia (vide Índia).

Lula participou de posse da ex-presidente Dilma Rousseff na chefia do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em Xangai, China
Lula participou de posse da ex-presidente Dilma Rousseff na chefia do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em Xangai, China Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nos EUA, republicanos e democratas continuam olhando o mundo sob a ótica da velha Guerra Fria, tratando a Rússia como inimiga e a China como adversária, inclusive na Estratégia Nacional de Segurança, de outubro de 2022. Sua política externa atira para todo lado e despreza a América Latina, que já foi “quintal dos EUA”.

Qual a estratégia para a região? Que tipo de apoio Washington dá à profunda crise da Argentina? Não há estratégia, não há apoio, só há sanções para Venezuela, Cuba e Nicarágua, o que não leva a nada. Enquanto isso, a China avança, ganha terreno, olha bem longe.

O Brasil está como a França, segundo Barbosa. Lula se diz neutro na guerra da Ucrânia, mas está cada vez mais próximo da Rússia, e Macron é claramente pró-Ucrânia, mas, apesar dessas divergências, os dois países têm posição semelhante numa outra guerra: EUA e China. Continuam parceiros tradicionais dos EUA, mas cada vez mais próximos da China. Prevalecem os “interesses internos”.

Em Xangai, Lula visitou fábrica da Huawei, encontrou-se com o secretário-geral do Partido Comunista e jantou com a cúpula partidária. Ao dar posse a Dilma Rousseff na presidência do banco dos Brics, condenou veementemente o uso do dólar como moeda mundial. Agora, é esperar os próximos recados aos EUA nas duas reuniões com Xi Jinping.

Lula volta domingo, e o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, chega no dia seguinte a Brasília. Coincidência? Certamente, o governo de Biden acha que não, registra Eliane Cantanhêde em sua coluna.

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