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segunda-feira 29 de abril de 2024 às 07:31h

‘Estado precisa dar segurança aos produtores rurais’, diz Manuel Rocha

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Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, o deputado estadual Manuel Rocha (União Brasil) mencionou desafios persistentes em áreas como segurança pública, saúde e educação. Como presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Rocha também abordou a questão da segurança jurídica no setor agropecuário, ressaltando a ausência de um posicionamento do governo em relação às invasões de terra, o que tem gerado insegurança no meio rural.

Confira a entrevista na íntegra:

Tribuna: O senhor é presidente Comissão de Agricultura na Assembleia Legislativa da Bahia. Qual seu diagnóstico sobre a situação do agro hoje na Bahia, principalmente no Oeste?

Manuel Rocha: O agronegócio tem avançado muito em nosso estado. É um segmento que gera emprego e renda. Eu costumo dizer que é o motor econômico da economia, não só da Bahia, mas do Brasil. Apesar de enfrentar alguns gargalos, que sem eles poderiam dar mais oportunidades para a nossa gente. Gargalos como infraestrutura viária, infraestrutura energética, a deficiência energética causada pela má prestação de serviços da Coelba atrapalha muito o desenvolvimento desse setor no Estado, porque impede que o agronegócio avance, principalmente no Oeste da Bahia, onde existem diversos projetos que já têm licenciamento ambiental, outorga, mas não tem a infraestrutura energética que cabe à Coelba para poder implementar, principalmente, os projetos de irrigação.

Tribuna: Falando em Coelba, o senhor é a favor da CPI que os deputados na Assembleia Legislativa tentaram implantar?

Manuel Rocha: Uma CPI, não. Porque eu comungo da ideia, até do presidente da Assembleia, Adolfo Menezes, que CPI não dá em nada. Eu acho que a gente tem que apertar a Coelba em relação à renovação da concessão, que está a três anos para o seu vencimento. Mas a Coelba, recentemente, mudou a diretoria, o seu presidente, e esteve com a gente na Assembleia, nas comissões de Agricultura, que eu presido, e Infraestrutura, e o presidente anunciou o plano de investimento na ordem de alguns bilhões de reais nos próximos três anos para serem investidos em nosso Estado. Então a gente espera que esse plano de ação chegue na ponta, que o investimento resolva esses diversos gargalos na deficiência energética do nosso estado. Então eu comungo da ideia que a gente possa aguardar, já que houve essa mudança de postura da Coelba, com a mudança da diretoria, bem como esse anúncio do plano de investimento, para que a Coelba mostre resultado durante esse prazo que ela ainda tem nesses últimos anos da concessão em nosso estado. Se não mostrar, aí realmente a bancada baiana, tanto estadual quanto federal, tem que lutar para que ela não tenha a sua concessão renovada.

Tribuna: Qual a sua avaliação geral do governo de Jerônimo Rodrigues? O senhor acha que ele está conseguindo corresponder o que foi prometido durante a campanha?

Manuel Rocha: Acho que o governador Jerônimo ainda não conseguiu cumprir os compromissos assumidos durante o período eleitoral. A questão da segurança pública, como ele mesmo admitiu recentemente em uma entrevista quando disse que a segurança pública não está boa em nosso Estado. Assim como a questão da regulação na saúde e a questão da má qualidade da educação. São problemas que o nosso Estado tem enfrentado há diversos anos, sobretudo sob as gestões do PT, e que foi pautado durante o debate eleitoral e esses compromissos de Jerônimo de resolver e enfrentar os problemas da segurança pública, o problema na regulação e os problemas também na educação ainda não foram apresentados resultados concretos, então a gente ainda aguarda. A bancada da oposição não faz a oposição do ‘quanto pior, melhor’. Todos nós estamos lá à disposição para votar o que for de interesse do governo do Estado que possa viabilizar e resolver esses problemas, mas que a gente não vê nada concreto no melhoramento desses problemas que a Bahia enfrenta há vários anos.

Tribuna: Essa questão da segurança, de alguma forma, impacta o desenvolvimento do agro na Bahia? O agro, inclusive, também enfrenta a questão do MST, que fez algumas invasões na Bahia…

Manuel Rocha: Não tenho dúvida disso. Inclusive, no início do ano passado, depois de quatro anos, quando não tínhamos problemas de invasão de terra, os movimentos, principalmente do MST, começaram a invadir terras em nosso Estado, causando insegurança jurídica. Através da Comissão de Agricultura, nós fizemos uma grande mobilização na Assembleia Legislativa, com produtores rurais de todo o Estado, para poder pedir ao governo um posicionamento, que ele se posicionasse contra as invasões. Essas invasões causam insegurança jurídica no setor do agronegócio, e a gente não teve aqui do governo da Bahia nenhuma autoridade política que se posicionasse contra as invasões de terra. Então isso, a meu ver, foi muito grave. O ponto positivo foi que mobilizou todo o setor produtivo do agronegócio, a gente foi para cima, todos os deputados que apoiam o setor agropecuário em nosso estado se mobilizaram, e a gente fez uma grande mobilização no estado da Bahia, mas a gente ainda espera um posicionamento formal, um posicionamento público do governo do Estado em relação às invasões de terra que continuam acontecendo. Isso é muito preocupante, a gente sempre tem escutado isso dos produtores rurais, sejam eles grandes ou pequenos, que o Estado precisa se posicionar e precisa dar a segurança jurídica necessária, garantindo o direito da propriedade privada e da produção.

Tribuna: O senhor acredita que faltou um posicionamento mais contundente do governo federal?

Manuel Rocha: O governo federal até se posicionou contra as invasões. Quem não se posicionou foi o governo do Estado. Na época, eu até cobrei isso publicamente, porque essa questão foi pautada no âmbito da Comissão de Agricultura, e eu disse isso na época, que o governo federal tinha se posicionado, o governo federal se posicionou que não era correto o caminho das invasões contra as propriedades produtivas, mas aqui na Bahia não teve nenhuma autoridade política. O governador, os secretários de Segurança Pública, de Agricultura e de Relações Institucionais, nenhum deles falou pelo governo condenando essas invasões, então isso é muito preocupante.

Tribuna: Sobre Camaçari. O senhor apoio o prefeito Elinaldo e agora apoia Flávio Matos. O que tem achado da disputa entre o presidente da Câmara e Caetano?

Manuel Rocha: Percebo um cenário que vai ser bem competitivo, mas também sendo um cenário muito positivo para o candidato do prefeito Elinaldo, pelo trabalho que ele fez ao longo dos últimos oito anos, ele já havia feito um embate duas vezes contra Caetano, derrotando-o e, depois, derrotando sua esposa Ivoneide. Então, o prefeito Elinaldo já mostrou sua força política. ACM Neto já venceu em 2022 dentro de Camaçari. Ele fez o deputado estadual mais votado que fui eu, um candidato vindo de fora, na época, em poucos meses antes da eleição, e o presidente da Câmara de Camaçari vem com toda a sua juventude e com toda a sua disposição para enfrentar um candidato que já tem disputado nos últimos 20 anos eleições no município de Camaçari. Então a gente vê que é uma renovação que o prefeito Elinaldo apostou, um nome novo, um nome que representa uma renovação, um nome que já tem demonstrado todo um trabalho à frente da Câmara de Vereadores do município de Camaçari, e a gente espera que o União Brasil possa se manter essa prefeitura importante do nosso estado, que é a Prefeitura de Camaçari.

Tribuna: O União Brasil tem a perspectiva de crescer também em cidades menores, como no Oeste do estado? E como esse crescimento contribuiria para o grupo daqui a dois anos em 2026?

Manuel Rocha: A gente tem candidaturas competitivas no Oeste também, não é fácil enfrentar a máquina do Estado. Algumas lideranças que caminharam com Neto, para fugir dessa pressão e dessa perseguição, acabaram se filiando em partidos da aliança do governo do Estado, mas a gente tem, sim, candidaturas competitivas, a exemplo de Santa Maria da Vitória, a exemplo de Correntina, a exemplo de Coribe, então a gente vai fazer o nosso papel, levando a nossa mensagem de um projeto que quer mudar o rumo e o atual cenário. Então a gente, para chegar forte em 2026, tem que ter candidaturas competitivas agora no ano de 2024. O nosso papel estamos fazendo. Não só através do União Brasil, mas através de partidos coligados, como o PSDB e o Republicanos, então a gente espera fazer municípios importantes, mantendo as grandes prefeituras, como Camaçari, Feira de Santana e Vitória da Conquista, e, também, avançar em cidades de médio e pequeno porte.

Tribuna: Em relação a 2026, é dito nos bastidores que o senhor deve tentar uma vaga na Câmara dos Deputados, assim como outros deputados do seu partido, como Alan Sanches e Robinho. Quais são os seus planos futuros?

Manuel Rocha: O deputado José Rocha pretende disputar uma vaga no Senado, serão duas vagas em 2026. Então, isso acontecendo, a gente irá buscar esse patrimônio político dele. Então já tenho feito essas caminhadas já no intuito de me lançar ao cenário da Câmara Federal em 2026. E do União Brasil já tem também o interesse colocado publicamente de Alan Sanches e Robinho.

Tribuna: O senhor citou Feira de Santana, onde José Ronaldo está se candidatando novamente. Acha que será uma disputa acirrada ou que o seu correligionário tem chances de vencer já no primeiro turno?

Manuel Rocha: José Ronaldo tem um patrimônio político muito forte. Ele tem uma bagagem, uma história de muito trabalho lá. A pesquisa divulgada recentemente mostrou isso, com ele liderando o cenário. Mas também não será um cenário fácil, será um cenário bem competitivo contra o candidato do PT. Certamente, o fiel da balança será o pré-candidato do PSDB, que é do nosso arco de aliança, que é o deputado estadual Pablo Roberto. Naturalmente, apesar de ele manter a sua candidatura, em um eventual cenário de segundo turno, a tendência natural é que a gente possa fazer essa composição para consagrar a vitória em Feira de Santana, um cenário importantíssimo para o nosso projeto estadual de 2026.

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