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A ministra da Cultura, Margareth Menezes - Foto: Felipe Araújo/MinC
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quarta-feira 8 de maio de 2024 às 10:33h

Margareth Menezes: “Sem cultura não há democracia; e não há democracia sem cultura”

CULTURA, NOTÍCIAS


Durante abertura de exposição que celebra os 50 anos da Revolução dos Cravos, na Embaixada de Portugal, ministra fez defesa do setor para o exercício da democracia

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, defendeu nesta terça-feira (7), durante abertura da exposição Arte no Jardim: 50 anos de Revolução dos Cravos, na Embaixada de Portugal, que a cultura e a diversidade são elementos fundamentais para a democracia. “Sabemos que o exercício pleno da cidadania, da defesa da cultura, da arte perpassa a defesa da democracia. Sem cultura não há democracia; e não não há democracia sem cultura”, declarou.

A mostra reúne onze obras de artistas portugueses que exploram questões e valores associados à Revolução dos Cravos, ocorrida em 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial de António Salazar e marcou o início da redemocratização de Portugal.

O projeto está enquadrado na Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, e conta com patrocínio da empresa portuguesa EDP Brasil. A exposição é gratuita e vai de 9 de maio a 17 de outubro. Para o CEO da EDP, João Marques Cruz, a exposição é fundamental para a memória coletiva de todos os portugueses. “O 25 de Abril é muito importante para a memória coletiva da nação portuguesa é um marco na relação de Portugal com todos os países que falam esta nossa língua. São realidades que unem a cultura brasileira e a cultura portuguesa”, declarou.

Arte no Jardim conta com a curadoria de Benjamin Weil, diretor do Centro de Arte Moderna Gulbenkian; e Marcelo Gonczarowska Jorge, curador do Museu de Arte de Brasília, e foi concebida em três movimentos. O primeiro, medos, aspirações e desejos, apresenta obras relacionadas com as causas da revolução, abordando questões raciais, políticas e de gênero. O segundo movimento remete para às emoções e tensões, relacionadas com os fatos que marcaram o dia 25 de abril. Já o último movimento, despertar, centra-se na obra do artista português Márcio Carvalho, Ecos de Liberdade.

Segundo o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, os 50 anos do 25 de abril reveste profundo significado para Portugal e para o mundo. “A Revolução dos Cravos é sinônimo de democracia, cidadania e igualdade, valores fundamentais para as nossas sociedades e para as relações luso-brasileiras”, disse.

No dia 25 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um jantar na Embaixada de Portugal, em Brasília, para celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos. Em seu discurso, Lula falou sobre como o movimento instigou outros países na luta pela democracia. “A Revolução dos Cravos legou a Portugal um sistema político plural e inclusivo, voltado à promoção da dignidade humana e à construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Os ideais democráticos e humanistas da Revolução dos Cravos serviram de inspiração a outros países. A própria Constituição Brasileira de 1988, conhecida como a Constituição Cidadã, inspirou-se no modelo prospectivo e transformador da Constituição Portuguesa de 1976. Esta data marca não apenas o início da redemocratização de Portugal, mas também o momento em que o país derrotou o fascismo, reconheceu o direito à autodeterminação de todos os povos e deu início à jornada para enfrentar seu passado colonial”.

A Revolução

Em 25 de abril de 1974, a Revolução dos Cravos – liderado por militares e apoiado pela maioria da população civil -, pôs fim ao Estado Novo em Portugal. Um regime ditatorial que durou 41 anos. O levante, rápido e pacífico, foi orquestrado por militares e encerrou um dos regimes autoritários mais longos do século 20, encabeçado em grande parte pelo ditador António de Oliveira Salazar. A Revolução dos Cravos foi chamada dessa forma em razão dos cravos vermelhos que, distribuídos pela população, eram colocados pelos soldados dissidentes nos canos de suas armas.

Relação – Brasil Portugal

Além da dimensão histórica, Brasil e Portugal têm ampliado a parceria política bilateral, no que tange comércio, tecnologia, saúde, educação, direitos humanos, cultura e turismo. Em 2023, o fluxo comercial entre Portugal e Brasil foi de US$ 4,7 bilhões com superávit de US$ 2,7 bilhões para o Brasil. Dados do Ministério das Relações Exteriores (MRE) mostram que atualmente mais de 400 mil brasileiros residem em Portugal.

No setor cultural, Brasil e Portugal firmaram parceria para publicação de editais binacionais pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). O acordo contempla projetos de longa-metragem de ficção, animação e documentário, realizados em coprodução internacional entre produtoras brasileiras e portuguesas. A Ancine aportará recursos a projetos brasileiros e o ICA a projetos portugueses. As propostas serão selecionadas por uma comissão binacional.

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