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quinta-feira 5 de outubro de 2023 às 15:48h

Economia mundial desacelera; Brasil cresce acima da média, informa relatório da ONU

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Resultados são do novo relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento divulgado nesta quarta-feira; commodities e boas safras aceleram recuperação brasileira; queda de crescimento global afeta especialmente países em desenvolvimento.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, aponta que o crescimento econômico mundial deve desacelerar de 3% no ano passado para 2,4% em 2023. As previsões apontam para poucos sinais de recuperação em 2024.

O relatório divulgado nesta quarta-feira mostra uma tendência mais positiva para alguns países, incluindo o Brasil. China, Japão, México e Rússia também devem observar números melhores.

Brasil

As estimativas da Unctad apontam que a economia do Brasil deve crescer acima da média em 2023, podendo chegar a 3,3%. Em 2024, o país também deve desacelerar, com aumento previsto em 2,3%.

A revisão do crescimento brasileiro teve uma elevação de 2,4%, a mais alta entre as economias avaliadas pela agência da ONU.

A Unctad destaca que o crescimento das exportações de commodities e boas safras na agricultura vêm impulsionando esse crescimento.

No entanto, a queda na procura está atrasando o avanço dos números.

A agência aponta os impactos tardios do aperto monetário, que começou no final de 2021, e o aumento da dívida privada, especialmente das famílias, durante a crise da Covid-19 como as principais causas.

América do Sul

Na região, a Argentina segue uma tendência negativa, sofrendo com recessão e inflação acelerada.

A seca que afeta o país aumentou o preço dos alimentos e da energia, com efeitos negativos no poder de compra das famílias, especialmente entre os segmentos mais pobres da população.

O peso argentino também sofre com a inflação, causando uma corrida por moeda estrangeira e à depreciação da moeda.

Brasil e Argentina respondem por cerca de 70% da produção da região.

Reforma financeira

Na avaliação da agência da ONU, os números destacam a necessidade urgente de reforma do sistema financeiro global, de políticas mais práticas para combater a inflação, a desigualdade e a dívida soberana, bem como uma supervisão reforçada dos mercados críticos.

A secretária-geral da Unctad, Rebeca Grynspan, destaca a necessidade de evitar erros políticos do passado.

Para ela, é necessária uma combinação equilibrada de políticas fiscais, monetárias e de medidas do lado da oferta para alcançar a sustentabilidade financeira.

A chefe da agência da ONU também defende o investimento produtivo e criação de melhores empregos.

De acordo com a Unctad, a recuperação da economia global da pandemia é marcada por divergências significativas, levantando preocupações sobre o caminho a seguir na ausência de coordenação política.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, apesar do aumento das taxas de juros, a economia desafiou as previsões pessimistas e deve permanecer estável.

A tendência pode ser atribuída a gastos robustos dos consumidores, a desistência de aplicar medidas de austeridade fiscal e à intervenção monetária ativa no início do ano.

Ao mesmo tempo, persistem preocupações de investimento, especialmente devido às elevadas taxas de juro prolongadas.

Outros destaques

Segundo o levantamento da Unctad, a Europa está à beira da recessão, enfrentando um rápido aperto da política monetária.

As principais economias estão desacelerando e a Alemanha apresenta queda no crescimento. A estagnação ou queda dos salários reais em todo o continente, agravada pela austeridade fiscal, também impedem o crescimento.

A China, embora apresente sinais de recuperação em relação ao ano passado, enfrenta uma fraca procura interna.

No entanto, o país asiático tem mais espaço de política fiscal do que outras grandes economias para enfrentar estes desafios.

O estudo destaca que a desigualdade econômica continua a ser um desafio significativo, afetando os países em desenvolvimento afetados de forma desproporcional.

A Unctad afirma que a crescente disparidade de riqueza ameaça atrasa ainda mais a frágil recuperação econômica e as aspirações das nações de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.

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