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O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) - Foto: André Borges/EFE
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quinta-feira 12 de outubro de 2023 às 07:34h

Pré-campanha turbinada de Moro gastou mais de R$ 500 mil com blindados e seguranças

DESTAQUE, JUSTIÇA, NOTÍCIAS


O Diretório Nacional do União Brasil, partido de Sergio Moro, desembolsou segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, R$ 522,7 mil em serviços de transporte (com veículos blindados) e segurança para a pré-campanha do senador, entre abril e julho do ano passado, quando ele ainda ensaiava se candidatar a uma cadeira no Congresso.

As informações constam na prestação de contas da sigla e coincidem com a farta documentação entregue pelos advogados dela ao TRE do Paraná, no âmbito das ações que o PT e o PL movem pela cassação de Moro, alegando gastos irregulares no período que antecedeu a campanha oficial.

Esses recursos do União Brasil, vindos do Fundo Partidário, foram repassados a duas empresas. A Couto Segurança e Vigilância, de São Paulo, que recebeu R$ 330,8 mil. E a Fragalli Transportes, do Paraná, cujos ganhos foram de R$ 191,9 mil.

Orçamentos, ordens de pagamentos e notas fiscais armazenados pela legenda (e agora entregues à Justiça Eleitoral) indicam que Moro e a mulher, a hoje deputada Rosangela Moro, correligionária dele, eram os usuários dos serviços.

Um contrato de R$ 65 mil chegou a ser firmado com a paranaense Fragalli entre junho e julho, garantindo que o casal teria escoltado diária, por 12h, de um agente armado e um motorista. O termo previa que o União Brasil bancaria pedágios, combustível, estacionamento e lavagem dos veículos, bem como passagens aéreas e hospedagens dos profissionais contratados.

Entre os carros em que Moro e Rosangela circularam estiveram modelos da Mercedes-Benz, Toyota, Audi, Jeep e Ford. Também foram utilizadas vans para o staff da pré-campanha do agora parlamentar.

Desde a passagem pelo Ministério a Justiça de Jair Bolsonaro, sucedendo o período como juiz da Lava-Jato, Moro se tornou alvo de ameaças. Em março deste ano, a PF identificou um plano da maior facção criminosa do país para executá-lo no segundo semestre de 2022 — parte dos envolvidos foi presa, e o Senado disponibilizou, desde então, escolta da Polícia Legislativa para o ex-magistrado.

Ainda que pertinentes ante aos riscos que já pairavam contra Moro, os gastos com segurança pessoal a partir de recursos partidários e eleitorais, além de terem sido anteriores à descoberta do plano da facção, são passíveis de questionamentos na Justiça Eleitoral (o que PT e PL certamente farão no TRE do Paraná).

Não à toa, a minirreforma que tramita hoje na Câmara tenta, entre outras mudanças, tornar lei a possibilidade de partidos investirem nesse serviço. Se aprovada, a regra irá contemplar candidatos ameaçados, desde as convenções ao segundo turno.

O montante investido nesses serviços pelo União Brasil, a pedido de Moro, aumenta a pressão pela cassação dele, assim como aconteceu com os gastos com fretamento aéreo, revelados em agosto. Isso porque o teto da pré-campanha deveria ter sido de R$ 4,4 milhões, de acordo com o TSE, mas as ações contra Moro indicam que teriam sido investidos mais de R$ 19 milhões na candidatura dele.

Nota de Moro

A equipe de Sergio Moro enviou nota em que afirma que “os gastos com segurança são necessários à integridade física do senador e quem tenta politizá-los finge esquecer do plano para assassiná-lo”. O texto destaca ainda que essas despesas “não representam qualquer vantagem eleitoral e a Justiça Eleitoral assim reconhecerá”. A menção às despesas, segundo a nota, seria “pretender dizer que o senador foi eleito por trafegar em veículo blindado e com segurança, duas necessidades que não trazem votos, ao contrário, impuseram várias limitações”. Por fim, Moro nega que tenha havido gasto de R$ 19 milhões em sua campanha.

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