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quinta-feira 24 de agosto de 2023 às 13:47h

‘A economia e a geopolítica começam a mudar’, diz Lula sobre adesão de novos países ao Brics

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (24) em Joanesburgo, na África do Sul, que a adesão de seis novos países ao Brics é um indicativo de que “a economia e a geopolítica começam a mudar” nas relações entre os países ricos e o chamado “Sul Global”.

Lula deu a declaração em uma entrevista após a reunião de cúpula do Brics em Joanesburgo. O grupo é atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Nesta quinta, os líderes desses países aprovaram a adesão de seis novas nações: Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Eles se tornam membros em 1º de janeiro de 2024.

“A economia também começa a mudar. A geopolítica começa a mudar porque as coisas vão acontecendo e a gente vai ganhando consciência de que nós temos de nos organizar. […] Trabalhar em igualdade, de forma civilizada, a gente começar a negociar”, disse Lula.
Segundo o presidente brasileiro, com a união em grupos como o Brics, os países do Sul Global – que já foram chamados de “terceiro mundo” e “países em desenvolvimento”, lembrou Lula no discurso – podem discutir temas mundiais “de igual para igual”.

Lula também afirmou que o Brics deve estudar a adesão de outros países do Sul Global em outras ocasiões. Os seis novos membros aprovados faziam parte de uma lista com mais de 40 países que manifestaram interesse de aderir ao agrupamento.

“‘Não é a pessoa do governo, é o país. A importância do país. Eu não quero saber que pensamento ideológico tem o governante, eu quero saber se país está dentro dos critérios que estabelecemos paras as pessoas fazerem parte do Brics”, declarou Lula.

Moeda única para negócios ‘intraBrics’

Lula também elogiou, como avanço da cúpula atual, a concordância dos países em criar uma nova moeda para negociações “intraBrics” – ou seja, para que as nações do Brics negociem entre si sem recorrer a uma moeda estrangeira, como o dólar.

“Decidimos com muita maturidade garantir que a área econômica dos países do Brics estudem para que próxima reunião dos Brics, que será na Rússia, a gente apresente uma solução para saber se vamos estar de consenso ou não”, disse Lula.

Reforma do Conselho de Segurança

O presidente brasileiro também elogiou o avanço da cúpula do Brics em uma defesa unificada da reforma do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil tem como demanda antiga uma vaga permanente no colegiado.

Mais cedo, o blog da Camila Bomfim no g1 mostrou que a diplomacia brasileira condicionou a aceitação dos seis novos membros do Brics à adesão do grupo a essa campanha, capitaneada pelo Brasil e pela Índia – e vista com alguma reserva por China e Rússia.

O Conselho de Segurança tem cinco membros fixos desde que foi criado, junto com a fundação da ONU, em 1945: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China.

“Estamos brigando há mais de 20 anos nisso […] Entendemos que a geopolítica de hoje não tem nada a ver com a geopolítica de 1945. O mundo mudou”, disse Lula.

O presidente brasileiro também voltou a dizer que o Brasil se posiciona contra a invasão territorial da Ucrânia pela Rússia.

O presidente russo, Vladimir Putin, participou da Cúpula do Brics a distância e enviou apenas vídeo para as sessões plenárias – um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Putin faz com que ele corra risco de detenção ao deixar o próprio país.

“A Rússia não consultou ninguém, simplesmente ela invadiu um país. Sabe que somos contra ocupação da integridade territorial de um país”, declarou Lula.

O Conselho de Segurança da ONU é uma das instâncias que podem definir sanções ou repreender países por violações territoriais ou agressões contra outras nações. Os cinco membros, no entanto, têm poder de veto e podem anular sozinhos qualquer maioria – incluindo a própria Rússia.

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