O Ministro da Economia, Paulo Guedes, colocou sua equipe à disposição do governo eleito e reuniões técnicas com a pasta serão feitas a partir de agora, disse nesta quinta-feira o ex-ministro Nelson Barbosa, um dos membros da coordenação de economia da transição de governo.
Barbosa e o economista Guilherme Mello, também membro da coordenação do grupo técnico da transição, fizeram nesta quinta a primeira reunião com Guedes. Segundo eles, novas reuniões serão feitas com o ministro e com grupos setoriais da pasta para levantar os dados necessários para a transição.
“As informações que o ministro apresentou e as opiniões que o ministro deu serão levadas em consideração pela transição”, disse, ressaltando que as sugestões do ministro fazem parte de um diálogo sigiloso.
De acordo com o ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, serão organizados encontros com Receita Federal, Tesouro Nacional e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
“Em toda transição você faz um mapeamento (de riscos fiscais), tanto que no Orçamento é encaminhado um mapa de riscos fiscais, a lei exige isso, e nós queremos saber as informações da PGFN, entender mais o detalhamento”, disse.
Em discursos públicos nos últimos dias, Guedes tem feito uma série de críticas ao que classifica como falsas narrativas sobre o legado de sua gestão, com reclamações sobre análises de economistas, organismos internacionais e veículos de imprensa, além de fazer comentários duros relacionados ao governo eleito.
Na última sexta-feira, o ministro sugeriu que o debate sobre um conflito entre necessidades sociais e estabilidade fiscal no governo eleito revela incapacidade técnica.
Guedes também fez críticas à PEC de Transição e disse que qualquer recuo no plano econômico implementado pelo atual governo será um erro. Ele afirmou ainda que o uso de mentiras é válido “para ganhar eleição”. “Mas para com essa conversa, já ganhou, cala a boca, vai trabalhar, vai construir um negócio melhor”, disse.
Barbosa disse que o encontro desta quinta com Guedes “foi uma ótima reunião”.
Em relação à PEC, afirmou que a negociação está sendo feita inicialmente no Congresso para que, após as definições, a área técnica faça suas avaliações sobre o Orçamento.
Em meio a cobranças no meio político para que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva Indique seu ministro da Fazenda, Barbosa foi evasivo ao ser perguntado sobre o tema.
“O presidente Lula vai decidir isso quando ele achar necessário”, disse.