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quinta-feira 28 de setembro de 2023 às 15:16h

Satélite de baixa órbita de Elon Musk faz mercado se reorganizar, diz jornal

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O início da operação comercial das chamadas constelações de baixa órbita, como a da Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, teve efeito disruptivo sobre o mercado de comunicação via satélite, que passa por uma reorganização tanto em termos tecnológicos quanto de modelo de negócios. A Starlink estreou no mercado brasileiro em 2022.

Enquanto as americanas Viasat e Intelsat e a europeia SES apostam numa estratégia “multiórbita”, com a combinação de diferentes tipos de satélites, a canadense Telesat inicia em 2027 a operação de sua constelação de baixa órbita – serão 198 satélites no total. A principal vantagem proporcionada por esse tipo de tecnologia é a baixa latência, o tempo muito reduzido de resposta, comparável ao da fibra óptica. Já os satélites geoestacionários, que giram na mesma direção e velocidade da Terra em órbitas mais altas, cobrem uma superfície maior, mas apresentam tempo de resposta mais longo.

“O que está acontecendo hoje no mercado brasileiro é o sucesso da tecnologia LEO [sigla em inglês para baixa órbita terrestre] através do provedor Starlink”, afirmou Mauro Wajnberg, gerente-geral da Telesat Brasil, nesta quarta-feira (27), durante painel no Congresso Latino-Americano de Satélites, num hotel da Barra da Tijuca, registra o jornal Valor.

Dados compilados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) indicam que, entre janeiro e julho, a base de clientes da Starlink no país cresceu quase seis vezes, impulsionada por uma estratégia comercial agressiva. Passou de 15,5 mil assinantes em janeiro para 90,7 mil em julho. Ainda assim, os acessos via satélite respondiam no fim de julho por menos de 1% das conexões de banda larga fixa ativas no Brasil.

“O que o crescimento da Starlink prova é que existe mercado, existe demanda”, reconheceu Leandro Gaunszer, diretor-geral da Viasat no Brasil, após participar de um painel sobre perspectivas para o mercado de satélites. “O setor está passando por uma transformação. E estamos no meio dela. Não sabemos ainda aonde vamos chegar”, acrescentou. No fim de maio, a Viasat concluiu a compra da Inmarsat, empresa que já contava com um projeto de criar uma constelação de satélites de baixa órbita.

“É algo que temos analisado, mas a equação econômica ainda [não fecha]”, argumentou Gaunszer, que durante o congresso defendeu “um modelo multiórbitas”, no qual cada nicho de mercado seria atendido pela tecnologia mais adequada.

A companhia sofreu um pesado revés comercial com uma falha no satélite ViaSat-3 Américas, lançado em abril. Em comunicado ao mercado divulgado em 12 de julho, a Viasat admitiu que a não abertura de um dos refletores do satélite “pode impactar materialmente o [seu] desempenho”. A empresa estima que o satélite defeituoso deverá ser substituído num prazo entre 18 e 24 meses.

Numa outra vertente de negócios, a Viasat planeja lançar ainda este ano no mercado americano serviços do tipo “direct-to-device” (direto para o dispositivo, em tradução literal), no qual smartphones podem se conectar diretamente com satélites. Em março, a Viasat anunciou parcerias com duas empresas para desenvolver serviços desse tipo.

A Intelsat também enxerga oportunidades nesse nicho de serviços. “A parte de direct-to-device é uma coisa que a Intelsat vem analisando, sim”, disse Ricardo La Guardia, vice-presidente de vendas para a América Latina da empresa, durante o evento. “Temos ainda várias etapas para serem complementadas: o [aspecto] regulatório, os casos de negócio […]. Mas é uma solução que a nossa empresa vem analisando profundamente.”

Na contramão da Starlink, que presta serviço apenas para usuários finais, a constelação de baixa órbita da Telesat atenderá o segmento corporativo. O cronograma traçado pela Telesat prevê o início do lançamento dos satélites em 2026. A cobertura global com os 198 satélites estará completa no segundo semestre de 2027. “Não pretendemos prestar serviço diretamente ao usuário final, competir com os nossos clientes”, afirmou Wajnberg, da Telesat Brasil. O investimento total no projeto global é de US$ 3,5 bilhões.

Vice-presidente de venda da SES para a América Latina, Jurandir Pitsch frisou que a empresa trabalha há dez anos dentro de um modelo multiórbita. “[Mas] também temos estratégias em LEO. Não focamos apenas em MEO [sigla em inglês para órbita terrestre média]”, esclareceu Pitsch durante o congresso.

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