terça-feira 14 de maio de 2024
Módulo de pouso lunar decola de uma plataforma de lançamento no Cosmódromo Vostochny na região de Amur, no extremo leste da Rússia, em 11 de agosto de 2023. — Foto: Roscosmos/Vostochny Space Centre/Handout via REUTERS
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sexta-feira 11 de agosto de 2023 às 11:29h

Rússia lança sonda lunar para voltar a ser protagonista no espaço

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A Rússia lançou na madrugada desta sexta-feira (11) a sua primeira missão lunar em 47 anos. A missão pretende dar um novo impulso ao setor espacial russo, que enfrenta dificuldades há anos e está isolado devido ao conflito na Ucrânia.

O objetivo de Moscou é de se tornar a primeira potência mundial a pousar no polo sul da Lua, onde acredita-se que existam fontes de águas geladas.

O lançamento da sonda Luna-25 é a primeira missão lunar de Moscou desde 1976, quando a URSS foi pioneira na conquista do espaço. O empreendimento soviético foi definhando devido a problemas de financiamento e escândalos de corrupção.

O foguete Soyuz, que transportava a sonda de quase 800 kg, decolou no horário programado às 02h10, horário de Moscou (20h da noite de quinta, no horário de Brasília), do cosmódromo de Vostotchny, no extremo oriente do país, segundo imagens transmitidas ao vivo pela agência espacial russa Roscosmos.

A nave ergueu-se em uma nuvem de fumaça e chamas sob um céu cinzento. Ela deve atingir a órbita lunar em cinco dias, nos quais passará entre três e sete dias para escolher o lugar certo, antes de pousar na área do polo sul lunar.

“O lançamento do dispositivo em uma órbita lunar de 100 km de altura está programado para 16 de agosto, e seu pouso suave na superfície do satélite natural da Terra é esperado para 21 de agosto, ao norte da cratera Buguslavsky”, no polo sul lunar, disse Roscosmos em um comunicado.

“Pela primeira vez na história, o pouso lunar será realizado no polo sul lunar. Até agora, todos pousavam na zona equatorial”, congratulou-se um alto funcionário da Roscosmos, Alexandre Blokhine, em entrevista recente ao Jornal Rossiïskaïa Gazeta.

‘A ambição dos nossos antepassados’

A sonda, que ficará na Lua durante um ano, terá como missão “recolher (amostras) e analisar o solo”, bem como “realizar investigação científica de longo prazo”, indicou ainda a agência espacial.

O lançamento é a primeira missão do novo programa lunar russo, num momento em que a Roscosmos não conta com parcerias com o Ocidente. Seguindo a linha diplomática adotada, Moscou estreita, por outro lado, a cooperação com a China.

O presidente Vladimir Putin prometeu continuar o programa espacial da Rússia apesar das sanções, citando o exemplo da URSS enviando o primeiro homem ao espaço em 1961, em meio a tensões crescentes entre Leste e Oeste.

“Somos guiados pela ambição de nossos ancestrais de seguir em frente, apesar das dificuldades e tentativas externas de nos impedir de fazê-lo”, disse Putin, no cosmódromo de Vostochny no ano passado.

Missão “Arriscada” Ainda assim, a missão Luna-25 é “arriscada”, como admitiu o chefe da Roscosmos, Yuri Borissov. “A probabilidade de sucesso de tais missões é estimada em cerca de 70%”, disse ele a Vladimir Putin, durante uma reunião em junho.

A primeira parte do lançador Soyuz caiu a 28 km da vila de Shakhtinsky, na região de Khabarovsk, no extremo leste, anunciou no Telegram o governador da região, Mikhail Degtiariov. Segundo ele, os 18 moradores do vilarejo foram retirados uma hora antes do lançamento e puderam voltar para suas casas algumas horas depois.

A última missão soviética à Lua em 1976, a Luna-24, trouxe amostras de solo para a Terra.

O setor espacial é motivo de grande orgulho para a Rússia, com os soviéticos tendo lançado o primeiro satélite, o Sputnik, colocado o primeiro animal, uma cadela chamada Laika, na órbita da Terra, além do primeiro homem, Yuri Gagarin, e depois, a primeira mulher, Valentina Tereshkova .

A URSS, no entanto, havia sido derrotada pelos Estados Unidos pelo primeiro homem a pisar na Lua, com o voo de Neil Armstrong, em julho de 1969.

O programa espacial russo, que ainda depende fortemente de tecnologias projetadas pelos soviéticos, luta para inovar e sofre de falta de financiamento crônico, com Moscou priorizando os gastos militares.

Também foi marcado por escândalos de corrupção e alguns lançamentos fracassados, além de rivais cada vez mais potentes, como os Estados Unidos, China, e iniciativas privadas, como as da Space X, do bilionário Elon Musk.

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