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Antonio Alberto da Silva Lopes e Eduardo Borges dos Reis. O reitor Paulo Miguez - Foto: Divulgação/ Ufba
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segunda-feira 14 de agosto de 2023 às 07:42h

Professor é eleito 1° negro diretor da Faculdade de Medicina da Ufba em 215 anos de história

NOTÍCIAS, SAÚDE


O primeiro professor negro a concorrer ao cargo de diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB/Ufba), em 215 anos de história. Antônio Alberto Lopes teve a maioria dos votos dos alunos, docentes e servidores da universidade em votação.

O diretor eleito ingressou como professor da FMB em 1980 e é membro da Academia de Medicina da Bahia. O professor é titular do Departamento de Medicina Interna e Apoio Diagnóstico da Ufba.

1° diretor negro da Faculdade de Medicina da Ufba é apresentado

A Faculdade de Medicina (FMB) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) vai apresentar, nesta segunda-feira (14), a sua nova diretoria composta pelos médicos e professores Antonio Alberto da Silva Lopes e Eduardo Borges dos Reis (vice). Antonio Alberto é o primeiro diretor declaradamente negro a assumir a função na unidade, fundada em 1808. A sessão solene será às 17h, no Salão Nobre da Reitoria, no Canela. O reitor Paulo Miguez deu posse aos dois no dia 24 de julho, na Sala do Conselho da universidade.

Na expectativa pelo evento, que vai reunir acadêmicos, familiares, amigos e autoridades, o novo diretor afirma que já está animado com o início da sua gestão. “Eu estou extremamente entusiasmado, porque, apesar de ter muito pouco tempo, muitas coisas boas estão acontecendo. Estamos vendo que as coisas não são fáceis, mas estou tendo apoios e conhecendo mais a fundo. Estou me sentindo muito bem, apesar dos desafios”, afirma Antonio Alberto Lopes.

Vice-diretor da FMB, Eduardo Borges dos Reis diz que a iniciativa do ato solene surgiu com o intuito de comemorar com a comunidade acadêmica após eleições intensas. “A comunidade merece comemorar junto, então acho que esse evento é uma busca por uma participação ativa. Estamos convidando movimentos sociais, associações e outros setores sociais com a intenção de comemorar conjuntamente”, conta.

Além de professor desde 1980, o diretor Antonio Alberto da Silva Lopes já ocupou diversos cargos na universidade, dentre eles os cargos de pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Ufba. Na FMB, ele é a primeira pessoa declaradamente negra a assumir a cadeira de diretor e vê de forma positiva a mudança lenta, mas existente, da ‘cara’ do curso de Medicina, a começar pela sua própria representatividade.

“A gente recebe na faculdade inúmeras visitações, porque nós temos o Memorial da Medicina Brasileira, e vejo o quanto as pessoas valorizam que eu seja o diretor da FMB. Esse é o lado que me faz sentir que posso fazer uma faculdade melhor. É muito positivo vermos que podemos influenciar outras pessoas, sejam negros, indígenas ou pessoas que fazem parte de minorias”, destaca.

Para o futuro, Antonio Alberto e o vice-diretor Eduardo Borges dos Reis já anunciaram que, entre os desafios da nova gestão, estão a criação de um centro de pesquisa internacional voltado para saúde das populações negra e indígena, melhorias pedagógicas e integração das pós-graduações.

A criação do Centro Internacional de Estudo e Pesquisa da Saúde das Populações Negra e Indígena está entre os principais projetos da nova gestão da FMB. “Nós estamos já constituindo, trabalhando em equipe em cima desse projeto. Eu creio que essa proposta vai ser aprovada pelo colegiado e vai ser muito interessante, porque vamos congregar pesquisadores de várias áreas em cima dessas temáticas voltadas à saúde da população negra e da população indígena. Isso me entusiasma muito”, revela Antonio Alberto.

Um outro resultado esperado do centro é o intercâmbio estudantil de mão dupla. Na lista das enfermidades objeto de pesquisa estarão a anemia falciforme, hipertensão arterial, doença renal crônica e acidente vascular cerebral. Antonio Alberto considera incluir também trabalhos envolvendo comunidades de marisqueiras entre os grupos a serem estudados considerando relatos de lesões relacionadas à atividade e também intoxicações.

A meta do diretor é fazer uma faculdade de medicina moderna. “Não vou fazer uma medicina igual à época em que eu era estudante. Vamos ter que pensar em uma medicina moderna, mas sempre valorizando aspectos humanísticos. Eu acho isso fundamental”, finaliza.

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