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Durante visita do primeiro-ministro Fumio Kishida ao Brasil, o presidente Lula da Silva (PT) presenteou o líder japonês com um quadro feito em origami, técnica secular japonesa, da artista paraibana nipodescendente Priscila Tiemi.
O trabalho entregue ao primeiro-ministro japonês presta homenagem à capital brasileira, sobretudo nas representações da obra de Athos Bulcão, artista que marca a paisagem de Brasília com seus murais e azulejos modernistas.
A versão em origami dos azulejos de Athos Bulcão para a icônica “Igrejinha N. Senhora de Fátima” de Oscar Niemeyer é uma celebração das ligações entre o patrimônio arquitetônico da capital federal e a arte japonesa do origami, representando laços profundos entre os países.
Completa o quadro um Ipê Amarelo, árvore símbolo do cerrado que, assim como as cerejeiras do Japão, apresenta uma curta porém intensa floração, que colore a cidade com seu amarelo intenso e simboliza a perseverança da natureza em meio ao clima árido do Centro-Oeste brasileiro.
“Saber que o meu trabalho foi escolhido como presente do presidente da República para o primeiro-ministro do Japão me deixou honrada e emocionada. A minha obra carrega muito do Brasil: a alegria na vibração das cores, a força da mulher empresária-artesã-brasileira, um pouco de história na nossa arquitetura, e carrega muito da minha história, dos meus antepassados japoneses”, destacou a artesã.
Criada em Brasília, e com raízes nipo-brasileiras, Priscila Tiemi começou a dobrar seus primeiros origamis em 2014. “Comecei ainda como hobby e, só em meados de 2018, entreguei os primeiros profissionalmente. Atualmente, sou artista validada pela Fundação Athos Bulcão”, contou.
Assim como a cerejeira, o Ipê amarelo é um milagre da natureza que inspira a renovação da esperança e a celebração do presente. “São mais de 1500 origamis, entre flores e ícones do padrão Athos. Foi mais de uma semana de trabalho intenso”, declarou a artista.
Vinda ao Brasil
O primeiro-ministro Fumio Kishida visita o Brasil nesta sexta (3) e sábado (4) com um grupo de 35 empresários. Durante reunião bilateral realizada no Palácio do Planalto após a chegada de Kishida, os líderes abordaram tópicos de interesse dos dois países, tais como: elevação dos fluxos de comércio de carne bovina e investimentos, cooperação em iniciativas ambientais, parceria em transição energética e, como o Brasil atualmente preside o G20, o diálogo sobre iniciativas de combate à fome e à pobreza também esteve na pauta.
Relações Exteriores
O Brasil conta com a maior população nipodescendente fora do Japão, estimada em mais de 2 milhões de pessoas, e o Japão abriga a 5ª maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 211 mil nacionais. Os dois países mantêm Parceria Estratégica e Global que completa uma década em agosto deste ano.
Em 2025, comemoram-se também os 130 anos das relações diplomáticas Brasil – Japão. As relações entre os países foram estabelecidas em 1895, com assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação. O acordo permitiu abertura recíproca de representações diplomáticas em 1897 e abriu caminho para o início da imigração japonesa, em 1908.
Em 2023, o Japão foi o segundo parceiro comercial do Brasil na Ásia e o nono no mundo, com intercâmbio comercial de US$ 11,7 bilhões e superávit brasileiro de US$ 1,491 bilhão. O Japão ocupa a posição de oitavo maior investidor externo no Brasil pelo critério de controlador final, com estoque de cerca de US$ 28,5 bilhões.
