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terça-feira 5 de março de 2024 às 08:00h

Exército entra em fase final de compra bilionária para substituir artilharia da 2º Guerra

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Em um negócio estimado em quase R$ 1 bilhão, o Comando do Exército acaba de entrar na fase final de escolha para a compra de 36 veículos blindados de combate obuseiros.

A força terrestre concluiu, nesta última segunda-feira (4), a “short list” de empresas pré-selecionadas para substituir equipamentos incorporados entre a Segunda Guerra Mundial e a década de 1970.

A chinesa Norinco, a israelense Elbit Systems, a francesa Nexter e a tcheca Excalibur ficaram na disputa. Agora, cada uma das empresas será ouvida separadamente pelo Exército, entre os dias 18 e 21 de março.

Veículo militar da empresa israelense Elbit Systems, uma das que estão na disputa pelo contrato do Exército brasileiro
Veículo militar da empresa israelense Elbit Systems, uma das que estão na disputa pelo contrato do Exército brasileiro – Foto: Reprodução/Elbit Systems

Segundo fontes militares relataram à CNN, a última etapa de negociações deverá durar cerca de 45 dias e a expectativa é ter um vencedor para a concorrência internacional no fim de abril.

Apesar do conflito diplomático entre Brasil e Israel, protagonizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Exército garante que não haverá impacto negativo à participação da Elbit Systems no processo.

Cada veículo deve custar em torno de US$ 5 milhões. Tendo esse valor como base, a encomenda total de 36 unidades poderá chegar a US$ 180 milhões — cerca de R$ 900 milhões pela taxa de câmbio atual.

Além disso, o Exército calcula uma necessidade de gastar de 15% a 20% adicionais no treinamento e capacitação de suas tropas para uso do equipamento, que tem como objetivo atualizar e reforçar seus sistemas de artilharia.

Considerados armamentos pesados, pelo alto poder destrutivo, obuses são uma espécie de canhão dos tempos modernos, nos quais projéteis explosivos são disparados dentro de um tubo que dá direcionamento até o alvo.

Eles podem ser usados individualmente (rebocados), mas tornou-se mais comum instalá-los em veículos blindados (autopropulsados).

A nova linha de obuseiros será sobre chassis de veículos, diferentemente dos sistemas rebocados, e justamente por isso permite maior articulação com forças mecanizadas. Com essa renovação, o Exército vai ganhar mais mobilidade e alcance.

Os sistemas que estão sendo comprados pelo Brasil vão chegar no chamado “padrão Otan”, com projéteis de 155 mm e maior poder de fogo.

Segundo relatos feitos à CNN por fontes militares, os obuseiros atuais do Exército demoram até 15 minutos para dar o primeiro tiro e levam oito minutos para disparar dez tiros. Nos novos sistemas, são cinco minutos para o primeiro tiro e até seis disparos por minuto.

As entregas dos novos obuzeiros do Exército deverão começar em 2025 e se estender por dez anos (até 2035).

O menor preço não é o único critério da aquisição — nem necessariamente o principal. Como costuma ocorrer em projetos na área de defesa, o Exército pretende exigir “offset” tecnológico, que envolve obrigações como transferência de tecnologia ou uso de conteúdo local para o futuro grupo fornecedor do equipamento.

No caso dos obuseiros, o offset deverá se concentrar na nacionalização da capacidade fabril de munições, preferencialmente em associação com uma empresa brasileira (a Imbel é favorita para isso), segundo fontes ouvidas pela CNN. Hoje, as munições para esse tipo de equipamento não são produzidas no Brasil.

A questão orçamentária é vista com relativa tranquilidade pelo Exército, já que as Forças Armadas terão recursos garantidos no Novo PAC, o programa de infraestrutura lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agosto. Um dos eixos do programa é a indústria de defesa.

O Exército assegurou R$ 6,7 bilhões para seus projetos estratégicos no período 2024-2027. Esses projetos contemplam forças blindadas, o sistema Astros (de lançadores múltiplos de foguetes), o Sisfron (sistema de monitoramento de fronteiras) e a parte de aviação (principalmente helicópteros e drones) da força terrestre.

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