Em entrevista à revista Fórum neste último sábado (28), o ex-ministro e deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), membro do comitê central do PCdoB, explicou que a ideia de mudar a identidade visual do partido é exclusivamente para se aproximar da realidade brasileira. Orlando afirmou que, caso ocorra, a mudança buscará apenas atualizar a simbologia do partido e se aproximar da realidade brasileira.
“O que simbolizava a união dos trabalhadores do campo e da cidade, a foice e o martelo, são símbolos datados. Hoje um partido comunista poderia ter um chip como símbolo. Porque a expressão da mais-valia se dá com muita intensidade nos trabalhadores ligados à tecnologia”, disse.
Segunda ele, uma possível mudança de símbolo não tem relação com as propostas ou alinhamento político: “Não está em discussão a natureza de classe do partido, mas como você aprofunda a sua identidade com o povo brasileiro”.
O deputado garantiu que a discussão não pretende afastar o partido do ideal comunista, pois considera que é preciso enfrentar a pressão que traça a ideologia como autoritária. “A meu ver, você tem nas ideias comunistas essenciais as ideias mais generosas de promover igualdade de oportunidades, combater exploração”, comentou.
Quanto à possibilidade de a mudança se assemelhar a episódios anteriores em países europeus, Orlando disse que o partido não se inspira em semelhantes estrangeiros. De acordo com ele, o PCdoB quer ser “menos do que é o mundo e mais brasileiro. Esse é o nosso desafio principal”.
Apesar de considerar que a batalha também deve ser travada eleitoralmente, Orlando garantiu que a possível mudança da identidade do partido não será feita para 2020 e não há detalhes sobre quais seriam essas modificações. “Na próxima eleição as regras já estão estabelecidas”, afirmou. “Tem uma reflexão apenas sobre como a gente faz pra se aproximar mais da realidade brasileira.”