A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, disse que tem “papel de articuladora” no governo e recebe “total autonomia” do presidente Lula da Silva (PT) para atuar. Em entrevista à BBC, a socióloga contou sobre o desejo de reformular o papel de primeira-dama no Brasil e rejeitou a ideia de ser a esposa que “recebe chás de caridade” e visita instituições filantrópicas.
— Meu papel é de articuladora, que fala sobre políticas públicas. Nós (ela e Lula) podemos estar em espaços diferentes e falando para diferentes públicos quando necessário —afirmou Janja, em reportagem sobre primeiras-damas. — Desde a campanha eu dizia que queria reformular esse papel de primeira-dama, da esposa que recebe chás de caridade e visita instituições filantrópicas. Esse não é o meu perfil—completou.
A primeira-dama lembrou do episódio em que viajou sem o presidente para visitar comunidades impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Na época, Janja enfrentou críticas por supostamente ter ultrapassado os limites, uma vez que, ao contrário de Lula, ela não foi eleita para nenhum cargo.
— (Lula) me dá total autonomia para eu fazer o que faço. Essa linha de hierarquia não existe entre mim e meu marido—declarou Janja, que contou à reportagem ter se chocado com o fato de, no século XXI, as pessoas ainda discutirem sobre o que uma primeira-dama poderia fazer.
A socióloga ressalta se tratar de escolhas:
—Trata-se de romper essa caixa em que as primeiras-damas são sempre obrigadas a estar—defende ela—Trata-se de não ter essa caixa. Poder fazer o que quiser — ressalta ela.