O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai decidir nesta segunda-feira quem é o novo diretor-geral da Polícia Federal. A declaração foi feita em uma live no Palácio do Planalto, onde ele encontrou apoiadores neste domingo.
O depoimento do ex-ministro Sergio Moro à Polícia Federal neste fim de semana, associado à já conhecida pressão interna da corporação, faz o governo ter pressa.
Impedido por decisão do Supremo Tribunal Federal a ocupar o cargo, o delegado federal Alexandre Ramagem tem se mostrado irritado com toda situação, nos bastidores, por perder a nomeação. Ele mesmo sugeriu alguns nomes a Bolsonaro. Seria uma espécie de padrinho do novo diretor, que poderia assumir em um mandato tampão até o impeditivo a Ramagem na justiça cair. Entre as sugestões, está o delegado Rolando Alexandre, que atualmente trabalha junto com Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Rolando é de uma geração jovem e isso incomoda delegados mais antigos que estavam esperando promoções. “Um colega dinâmico, inteligente, trabalhador. Agora, não sei avaliar se ele está preparado para ocupar a direção geral em um momento como este”, afirmou outro delegado da PF que acompanha a escolha com expectativa.
O páreo está entre Rolando Alexandre e Paulo Gustavo Maiurino, delegado do mensalão tucano, com experiência na Interpol, ex-subsecretário de Segurança Pública de São Paulo, e que atualmente comanda a segurança do Supremo Tribunal Federal. Governistas avaliam que a indicação de Maiurino não enfrentaria resistências do STF, ao contrário da de Ramagem ou algum nome próximo a ele.
“Maiurino é um colega mais experiente, mais antigo na PF. Também tem experiências dentro e fora da PF”, avaliou uma fonte da polícia.