O governo Bolsonaro tem hoje três opções na mesa para resolver segundo o Estadão, o impasse do reajuste salarial do funcionalismo público que puxou o movimento grevista de várias categorias de servidores nos últimos dias.
Uma das propostas que entrou na negociação é aproveitar o espaço de R$ 1,7 bilhão que existe no Orçamento para reajuste salarial e fazer um combo para os as carreiras policiais (federais, rodoviários federais e agentes penitenciários) e acomodar também as demandas dos servidores da Receita Federal e do Banco Central, a elite do funcionalismo.
Os servidores da Receita teriam o bônus de eficiência com base em metas de produtividade regulamentadas, com custo este ano de cerca de R$ 200 milhões, e os servidores do Banco Central receberiam mais R$ 250 milhões para reajustes.
Com remuneração anual entre R$ 341,1 mil (analista do BC) e R$ 380,38 mil (auditores da Receita) e salário médio entre R$ 26,2 mil e R$ 29,3 mil, essa elite do funcionalismo puxou a fila da articulação política de mobilização depois que o presidente acenou com aumento só para categorias policiais.
A segunda proposta é dar um reajuste entre 4% e 5% linear para todas as categorias, a partir de 1º de julho, com custo estimado entre R$ 5 bilhões R$ 6 bilhões em 2022 e entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões em 2023. O reajuste não seria retroativo ao início do ano. Essa proposta, antecipada pelo Estadão/Broadcast, exigiria corte de gastos em outras áreas, como no Ministério do Desenvolvimento Social.
Uma terceira ideia é dar reajuste apenas no vale-alimentação com o R$ 1,7 bilhão previsto no Orçamento deste ano. A vantagem, segundo integrantes do governo, é que a medida beneficiaria um número maior de servidores que ganham menos, mas essa proposta é rechaçada pelos sindicatos do funcionalismo.