Policiais legislativos usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispensar uma manifestação de indígenas em frente ao anexo 2 da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (22/6). Segundo relatos dos participantes, o protesto era pacífico e a polícia não parou, mesmo com manifestantes feridos.
Pelo Twitter, o líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB/RJ), disse que está acompanhando as denúncias de repressão da polícia.
Os indígenas protestam conforme o Correio Braziliense, para pedir o arquivamento do Projeto de Lei 490/2007. O PL prevê uma série de modificações nas demarcações de terras indígenas. Uma das mudanças seria a de que povos indígenas só teriam direito àquelas terras que estivessem em sua posse no dia 5 de outubro de 1988.
Indígenas sofrem com ataque de bombas de efeito moral e gás lacrimogênio neste momento no Anexo 2, da Câmara. "Mesmo com indígenas feridos, os policiais seguem com os disparos", relatam os indígenas
#LevantePelaTerra #TerraIndigenaFica e #PL490NÃO
Imagens: Tiago Miotto /Cimi pic.twitter.com/pJOxnlvdg6— Cimi (@ciminacional) June 22, 2021
A Câmara dos Deputados informou que o gás foi usado depois que os manifestantes teriam tentado invadir o prédio. Ao todo, dois policiais legislativos e um militar foram feridos por flechas. O PM foi atingido no pé e passa bem. Os outros dois foram encaminhados para um hospital particular com ferimentos na perna e no tórax.
Segundo a Polícia Militar do DF, a PM foi acionada pela Câmara após a suposta tentativa de invasão ser evitada. A tropa de choque está no local para evitar novas manifestações.
A votação do PL na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara está marcada para esta tarde. Em vários lugares do país, foram registradas manifestações de indígenas contra o projeto.