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domingo 8 de maio de 2022 às 07:19h

Policial que reprimiu protestos pró-democracia em Hong Kong é nomeado líder do governo na cidade

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O ex-chefe de segurança que supervisionou a repressão ao movimento pró-democracia de Hong Kong será nomeado neste domingo (8) novo líder da cidade, por um pequeno comitê de partidários de Pequim.

John Lee, 64, é o único candidato a suceder Carrie Lam, chefe do Executivo da cidade, um centro de negócios. Será a primeira vez que um oficial de segurança assume a liderança do governo de Hong Kong, o que acontece após anos tumultuados pela repressão ao movimento pró-democracia e os controles pandêmicos.

O titular do cargo é escolhido por um comitê eleitoral formado por 1.463 pessoas, o equivalente a 0,02% da população, de 7,4 milhões de habitantes. Esse comitê, formado por elites políticas e empresariais leais a Pequim, começou a votar na manhã deste domingo.

Lee precisa da maioria simples para vencer. Por não ter adversários, sua vitória está garantida. Segundo a imprensa local, a polícia mobilizou entre 6.000 e 7.000 agentes para garantir a segurança do processo.

Sob o mandato do presidente Xi Jinping, a China buscou moldar Hong Kong à sua própria imagem autoritária, após os grandes e por vezes violentos protestos pró-democracia de 2019. Pequim impôs uma ampla lei de segurança destinada a erradicar a dissidência, juntamente com um sistema político “apenas para patriotas”, a fim de garantir que apenas pessoas leais à China assumissem cargos públicos do alto escalão.

Segundo algumas fontes, o compromisso inabalável de Lee com essa linha permitiu que ele conquistasse a confiança da China, no momento em que outras figuras de Hong Kong foram consideradas insuficientemente leais ou competentes.

Lee, que passou 35 anos na polícia de Hong Kong antes de se unir ao governo, herda uma cidade com diversos problemas. O movimento pró-democracia foi reprimido pela lei de segurança, enquanto grande parte da população se ressente do governo de Pequim e reclama da desigualdade arraigada na cidade.

Hong Kong também enfrenta dificuldades econômicas devido aos dois anos de fortes restrições pandêmicas, que a deixaram isolada, enquanto o restante do mundo reabre.

Sob o lema “Começando juntos um novo capítulo para Hong Kong”, Lee prometeu um governo focado em resultados, forjar a unidade e reativar a economia local. Um manifesto de 44 páginas apresentado na semana passada traçou algumas metas gerais, com poucas metas políticas concretas.

Lee assumirá o cargo em 1º de julho, 25º aniversário da entrega de Hong Kong ao comando chinês pelo Reino Unido. Ele é um dos 11 funcionários do alto escalão de Hong Kong e Pequim sancionados pelos Estados Unidos devido à repressão política.

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