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Lula e Jair Bolsonaro — Jefferson Coppola/Dedoc e Cristiano Mariz/VEJA
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terça-feira 31 de maio de 2022 às 06:27h

Partidos preferem mirar fundão e poder local a enfrentar Lula e Bolsonaro

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Na estreia da da Live diária de Felipe Moura Brasil, colunista do UOL no canal de Youtube, ele recapitulou que a prioridade da maioria dos partidos em aumentar o tamanho da bancada parlamentar, com o objetivo de abocanhar uma fatia maior dos fundos públicos (eleitoral e partidário), é um dos principais obstáculos para a criação de uma candidatura alternativa à Presidência da República, no campo da terceira via.

Quanto mais deputados eleitos, mais dinheiro arrecadado. De olho nesse dinheiro, os partidos focam na eleição para a Câmara, em detrimento da construção de um projeto de país.

Os causadores do prejuízo da Petrobras

Outros fatores são as velhas ofertas de cargos na máquina pública e as novas ofertas de verbas do orçamento secreto, com as quais o governo Bolsonaro compra apoio de parlamentares de diversos partidos, que então não se mobilizam em prol de candidaturas rivais à do presidente.

As disputas para os governos estaduais também criam barreiras para a formação de chapas nacionais, como ilustra o caso da União Brasil.

ACM Neto, por exemplo, está preocupado com a disputa pelo governo da Bahia, enquanto Ronaldo Caiado se dedica à reeleição em Goiás. Neto não quer afastar os votos dos lulistas; e Caiado não quer perder os dos bolsonaristas. Ninguém quer se unir nacionalmente com qualquer candidato que cause eventual desconforto. No caso do ex-juiz Sergio Moro, filiado à legenda, o incômodo é perturbador dos dois lados.

O próprio Novo, de certa forma, afastou-se da construção de uma chapa de apelo nacional para romper a polarização e já se prepara para ser linha auxiliar de Bolsonaro em Minas Gerais, com a disputa de Romeu Zema pela reeleição. João Amoêdo, que foi sabotado no partido ao se opor a Bolsonaro, teve 2,5% em 2018, à frente de Marina Silva, Henrique Meirelles e Álvaro Dias; mas, em algumas pesquisas, o atual candidato a presidente, Felipe d’Avila, nem chegou a pontuar.

No MDB, há a ala lulista do Nordeste, liderada por Renan Calheiros, e a ala dos ex-líderes do governo Bolsonaro, com Fernando Bezerra Coelho e Eduardo Gomes. Um levantamento da Folha, publicado no dia 29, mostra que 65% dos delegados do MDB estão com Simone Tebet, por enquanto. Mas ela precisará crescer rápido nas pesquisas para ser não rifada.

Sem terceira via, sobram os populismos lulista e bolsonarista, cada qual segundo Felipe Moura Brasil, colunista do UOL, com sua luta do “nós” contra “eles”, antecipada em 1944 pelo economista austríaco, ganhador do Prêmio Nobel, Friedrich Hayek, que já falava da busca da fidelidade irrestrita das massas a um líder.

Hoje, petistas chamam de “fascista” ou “nazista” qualquer pessoa que aponte algo negativo sobre Lula ou faça uma crítica ao candidato do PT. Bolsonaristas chamam de “comunista” quem comente qualquer notícia incômoda para o presidente. É uma forma de identificar a tribo. O “eles” demonizado e o “nós” purificado. Um dualismo emburrecedor, mas em torno do qual giram caciques adesistas e oportunistas, que buscam tão somente dinheiro fácil e/ou poder local.

Truculência em Sergipe

Comentamos na Live, também, a truculência policial contra um homem com transtornos mentais em Sergipe, que ganhou repercussão até internacional.

O repúdio a esse tipo de atitude, de trancar alguém no porta-malas com gás lacrimogêneo e de pimenta, tem de ser total. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, usou o episódio para investir em sua polarização com a imprensa.

Já abordei, em 2020, a eliminação de nuances pelo bolsonarismo. Os bolsonaristas sempre se colocam, de antemão, ao lado dos policiais envolvidos em qualquer caso ruidoso, enquanto pintam seus inimigos como defensores dos bandidos, mesmo quando as vítimas dos policiais não têm histórico de crimes.

Ainda que seja razoável criticar quem no debate público apoia uma excessiva defesa de medidas protetivas para criminosos, isso não quer dizer que se pode legitimar o excesso policial, fora da lei, sobretudo quando resulta em danos e óbitos. Há uma série de procedimentos a serem tomados pelas forças de segurança que não provocam a morte de uma pessoa, como Genivaldo. Corporativismo, nessas horas, só mancha ainda mais a imagem da polícia.

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