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Fotos da execução pública de Majidreza Rahnavard, em 12 de dezembro de 2022 na cidade iraniana de Mashhad, divulgadas pela agência de notícias iraniana Mizan - MIZAN NEWS/AFP
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segunda-feira 12 de dezembro de 2022 às 08:04h

Irã tem segunda execução pública de condenado à morte por participação em protestos

MUNDO, NOTÍCIAS


O Irã executou publicamente um segundo condenado por sua participação nos protestos que abalam o país desde setembro, apesar da indignação internacional provocada pela aplicação da pena de morte contra pessoas envolvidas nas manifestações.

Majidreza Rahnavard foi condenado à morte por um tribunal da cidade de Mashhad (nordeste) pela acusação de assassinato de dois membros das forças de segurança.

Ele foi enforcado nesta segunda-feira (12) em público e não dentro da prisão, informou a Mizan Online, agência de notícias do Poder Judiciário.

Esta é a segunda execução relacionada com os protestos, após o enforcamento na quinta-feira da semana passada de Mohsen Shekari, um jovem de 23 anos condenado por atacar e ferir um paramilitar.

A Mizan Online divulgou imagens da execução de Rahnavard, que mostram um homem com as mãos amarradas às costas e pendurado em uma corda presa a um guindaste.

“A execução pública de um jovem manifestante, 23 dias após sua detenção, é outro crime grave cometido pelos governantes da República Islâmica e uma escalada significativa no nível de violência contra os manifestantes”, declarou à AFP Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega.

“Majidreza Rahnavard, que foi condenado à morte com base em uma confissão obtida sob coação, após um julgamento flagrantemente injusto e um processo espetáculo”, acrescentou.

A execução desta segunda-feira foi a primeira em público vinculada aos protestos que começaram após a morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que faleceu depois de ser detida pela polícia da moralidade por supostamente violar o rígido código de vestimenta que as mulheres devem respeitar no país.

Desde sua fundação em 1979, a República Islâmica do Irã registrou várias ondas de protestos, mas a atual crise não tem precedentes por sua duração, por acontecer em várias províncias, incluir diferentes grupos étnicos e classes sociais e, em particular, pelos pedidos diretos de fim do regime.

O Poder Judiciário iraniano anunciou 11 condenações à morte relacionadas com os protestos, que o governo chama de “distúrbios”.

Mas os ativistas afirmam que outras 12 pessoas enfrentam acusações que podem resultar na pena capital.

 “Julgamentos fictícios”

“Sem o devido processo. Julgamentos fictícios. É assim que eles querem parar os protestos em todo o país”, disse Omid Memarian, analista para o Irã na organização ‘Democracy for the Arab World Now’ (DAWIN).

Rahnavard foi detido em 19 de novembro quando tentava fugir do país, indicou a Mizan Online. De acordo com informações não verificadas ele tinha 23 anos.

A Anistia Internacional (AI) afirmou que Mahan Sadrat, 22 anos, condenado à morte após um julgamento “sumário e injusto” em 3 de novembro, foi transferido no sábado para a penitenciária de Rajai Shahr, em Karaj, perto de Teerã, “o que provoca o temor de uma execução iminente”.

Sadrat foi declarado culpado de sacar uma faca durante os protestos, o que ele negou de maneira veemente no tribunal.

A AI também alertou que a vida de outro jovem, Sahand Nourmohammadzadeh, corre perigo depois que ele foi condenado à morte em 6 de novembro por “derrubar as grades de uma rodovia e queimar latas de lixo e pneus”.

Entre os condenados à pena capital está o rapper Saman Seyedi, de 24 anos, da minoria curda do Irã. Outro rapper, Toomaj Salehi, que apoiou as manifestações contra o regime, foi acusado de “corrupção na terra” e pode ser condenado à morte, confirmaram as autoridades judiciais iranianas.

Na semana passada, Estados Unidos, vários países da União Europeia e o Reino Unido condenaram a execução de Shekari. A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, afirmou nesta segunda-feira que as execuções públicas são uma “tentativa de intimidar as pessoas, não por terem cometido crimes, mas simplesmente por expressarem suas opiniões nas ruas”.

Ativistas dos direitos humanos e ONGs pedem uma resposta mais contundente, incluindo o rompimento das relações diplomáticas com o Irã e a expulsão de embaixadores das capitais europeias.

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