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sábado 4 de fevereiro de 2023 às 21:03h

Insatisfeitos com distribuição de cargos na Mesa Diretora da Câmara, petistas cobram espaço no segundo escalão do governo

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Deputados do PT demonstraram insatisfação com o espaço que o partido ocupará na Câmara. Há queixas sobre a forma como as negociações foram conduzidas pela legenda e pelo governo durante o processo que resultou na reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para presidir a Casa. Os petistas pretendem de acordo com  Sérgio Roxo, do O Globo, cobrar participação do partido no segundo escalão como uma forma de compensação.

Segunda legenda com mais deputados, o PT ficou com a segunda secretaria da Casa, apesar de pleitear a primeira vice-presidência — o espaço na Mesa foi ocupado por Maria do Rosário (RS). No Senado, onde também há insatisfação, a situação foi exatamente a mesma. O partido cedeu a primeira vice-presidência para Veneziano Vital do Rego (MDB-PB).

Parlamentares de diferentes tendências, inclusive da CNB, a corrente majoritária, consideram que o partido cedeu além da conta para agradar Lira. Há queixas direcionadas ao líderes do governo, José Guimarães (CE), do PT, Zeca Dirceu (PR), e ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O PT não se empenhou na formação de um bloco sem a participação do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Lira acabou coordenando a formação de um grupo único para a eleição da Mesa Diretora.

Se o PT tivesse criado um bloco com partidos da base do governo, poderia evitar que o partido de Bolsonaro entrasse no revezamento do comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. O PT ficará com a presidência da CCJ em 2023, e o PL, em 2024.

Os deputados também dizem que o partido não deveria ter aberto mão de uma das suplências da Mesa Diretora em favor do PDT. Esse posto daria direito à indicação de 39 assessores. Para alguns parlamentares, seria importante o PT ficar também com a relatoria da comissão de orçamento.

Embate interno

Um deputado da CNB diz que o partido saiu “machucado” do processo. Ele cobra um espaço maior agora nas indicações dos postos de segundo escalão que ainda não foram preenchidos. Um dos argumentos citados é que em 2020 o PT enfrentou Lira, não estava no governo, tinha menos deputados (56 contra os 68 atuais) e ficou com a mesma segunda secretaria da Câmara conquistada agora.

— Acho que o PT tem um desafio de liderar uma frente ampla, mas sem se apequenar. As negociações não foram bem conduzidas. A gente tinha que ter priorizado a montagem de um bloco majoritário do governo. O PT acabou abrindo mão de seus espaços — afirma o deputado Lindbergh Farias (RJ), da corrente minoritária Resistência Socialista.

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, rebate as críticas dos colegas de bancada. Ele argumenta que a situação do partido ao estar no governo é bastante diferente em relação a 2020. Diz ainda que no acordo foi feito um esforço para atrair o Republicanos e o PP para a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso — Jhonatan de Jesus, deputado do Republicanos, foi indicado pela Câmara para a vaga aberta no Tribunal de Contas da União (TCU).

Zeca afirma também que abrir mão da suplência foi uma condição imposta para o PT entrar no bloco formado em torno da candidatura de Lira. Caso isso não fosse feito, o partido não teria “suplência, comissões, não teria quase nada”.

— Claro que se tivéssemos optado por não ajudar o governo com Republicanos e União Brasil, poderíamos ter algo a mais. Mas seria algo pequeno — argumenta o líder do PT na Câmara.

O deputado também alega que o PT agora terá a presidência de quatro comissões, enquanto na Legislatura anterior tinha apenas duas.

— Mesmo cedendo, ajudando o governo, ainda crescemos muito, sem perder nada.

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