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O presidente do STF, Luiz Fux, acompanha a cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes no TSE Antonio Augusto/Secom/TSE
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quarta-feira 17 de agosto de 2022 às 05:42h

Fux quis evitar encontro com Bolsonaro e Lula antes da posse de Moraes no TSE

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, quis evitar segundo a colunista Malu Gaspar, do O Globo, um encontro direto com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes da cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Minutos antes da solenidade, dezenas de autoridades se reuniram na sala de togas, espaço reservado que fica perto do auditório onde se localiza o plenário – palco da solenidade em que Moraes deu recados contundentes em defesa da democracia e das urnas e de repúdio às fake news.

Fux passou pelo local, mas decidiu ir direto para o plenário, sem dar brechas para nenhum tipo de abordagem.

O gesto do presidente do STF foi interpretado como uma forma de se manter distante da briga eleitoral. O ministro também evitou que uma eventual conversa com Lula ou Bolsonaro fosse interpretada como um endosso ou preferência a uma ou outra candidatura.

Mas o comportamento causou estranheza entre os presentes, já que Moraes circulou com desenvoltura no local, enquanto Fux passou direto, rumo ao plenário.

À frente do STF, Fux tem saído em defesa do tribunal e do Poder Judiciário diante dos incansáveis ataques de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.

O ministro provocou a ira de petistas ao elogiar a atuação da Lava Jato e dizer que decisões judiciais que anularam processos da operação ocorreram por “questões formais”, durante evento em homenagem ao Tribunal de Contas do Pará.

Naquela ocasião, Fux não citou em seu discurso, mas entre as decisões anuladas da Lava Jato estão as condenações impostas ao ex-presidente Lula.

“Ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no mensalão, na Lava Jato. Muito embora tenha havido uma anulação formal, mas aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu 98 milhões de dólares e confessou efetivamente que tinha assim agido”, disse o ministro, em junho, sem citar nomes.

O primeiro episódio é uma referência ao escândalo do ex-ministro Geddel Vieira Lima, condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso que ficou conhecido com o bunker de R$ 51 milhões de Salvador.

O segundo é uma referência à delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco – personagem que a campanha de Bolsonaro pretende explorar contra Lula na campanha eleitoral, conforme revelou a coluna.

Enquanto Fux optou pela discrição, Moraes transformou a cerimônia do TSE em uma forte demonstração de apoio da classe política à Justiça Eleitoral, reunindo todos os ministros do STF, mais de 20 governadores, embaixadores e parlamentares de diferentes matizes ideológicos em um evento marcado pela defesa enfática da democracia e das urnas eletrônicas.

A presença de Bolsonaro foi vista como um sinal de “cachimbo da paz”, mas o atual ocupante do Planalto não bateu palmas quando Moraes disse que o Brasil é a única democracia que apura e divulga os resultados das eleições no mesmo dia.

Na sala de togas, antes da cerimônia, Lula foi abordado pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo, pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, pelo ex-ministro Nelson Jobim, enquanto Bolsonaro ficou mais afastado, sem contato direto com o petista. Os dois só se encararam frente a frente no plenário.

É uma cena que era inimaginável há quatro anos, quando Lula estava preso em Curitiba após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação do triplex do Guarujá.

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