sexta-feira 26 de abril de 2024
Foto: Divulgação/ACM Neto
Home / DESTAQUE / Fusão entre DEM e PSL esbarra em divergências em quatro estados
terça-feira 14 de setembro de 2021 às 11:03h

Fusão entre DEM e PSL esbarra em divergências em quatro estados

DESTAQUE, NOTÍCIAS, POLÍTICA


A conversa por uma fusão entre DEM e PSL, que já recebeu sinal verde das cúpulas de ambos os partidos, esbarra em divergências locais em estados como Rio, São Paulo, Espírito Santo e Pernambuco.

Segundo o jornal O Globo, o comando de diretórios estaduais e o alinhamento nacional da futura sigla em 2022 também geram impasses na Paraíba, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Embora dirigentes do PSL pretendam anunciar a união já na próxima terça-feira, líderes do DEM estão mais céticos de que todos os obstáculos sejam superados até lá.

Em três estados, Bahia, Goiás e Santa Catarina, o DEM já costurou apoio do PSL a seus candidatos aos governos, contando com recursos e o tempo de TV trazidos pela sigla. Além disso, o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem incentivado a fusão para concorrer a um novo mandato em 2022. Em contrapartida, por ter a maior bancada da Câmara, com 53 deputados, o que lhe garante a maior fatias do fundo eleitoral em 2022, o PSL deseja a presidência da futura sigla, que ainda não tem nome ou número definidos, mantendo controle sobre o caixa das campanhas.

Correligionários querem o deputado Luciano Bivar (PSL-PE) à frente da nova legenda após a fusão, tendo seu braço-direito no PSL, Antônio Rueda, numa vice-presidência. O atual presidente do DEM, ACM Neto, que deve concorrer ao governo baiano, abriria mão do comando para ser o secretário-geral.

Aliado próximo a Neto, o deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) avaliou como “natural” que um nome do PSL assuma a presidência nacional da sigla, mas ressaltou que ainda é preciso “construir consensos nos estados” para viabilizar a fusão. Na Paraíba, onde o DEM pretende lançar Efraim ao Senado e manter o comando partidário, membros do PSL tentam uma solução que também prestigie o deputado federal Julian Lemos, atual líder do diretório paraibano e amigo de Bivar.

O plano do próprio Bivar de manter as rédeas também em Pernambuco, seu estado natal, abre outra frente de disputa com o DEM, que deve filiar o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), com o projeto de lançá-lo a governador. Coelho é filho do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo Jair Bolsonaro na Casa.

— As conversas têm acontecido em ritmos diferentes em cada estado. Há um canal aberto entre os presidentes Bivar e Neto, mas não tem data marcada para a fusão. A reunião entre as executivas partidárias no próximo dia 21 é para dar o “start” no processo — afirma Efraim.

Há impasses também nos três maiores colégios eleitorais do país. Em São Paulo, onde o presidente estadual do PSL, Júnior Bozzella, articula uma chapa ao governo junto a lideranças do MBL, o grupo político do vereador paulistano Milton Leite, que encabeça o diretório local do DEM, tende a caminhar com o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB).

Caminhos distintos

Em Minas, o DEM ensaia formar um palanque nacional de terceira via com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enquanto o PSL segue próximo ao bolsonarismo. No Rio, ambos os partidos integram a base do governador Cláudio Castro (PL), mas seus recém-empossados presidentes estaduais — o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (PSL), e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) — não desejam abrir mão do diretório. Como parte do acordo nacional, o PSL pleiteia o comando em Rio e São Paulo.

Lideranças de ambos os partidos veem a eleição presidencial como outro complicador. No Sul, onde Bolsonaro conserva maior popularidade, deputados receiam que a fusão leve-os a um palanque de oposição. No Espírito Santo, onde o PSL se aliou ao governador Renato Casagrande (PSB), o DEM é adversário da gestão e tem acenado a bolsonaristas.

Para o deputado Delegado Waldir (PSL-GO), que se reaproximou nos últimos meses do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e deve apoiá-lo à reeleição e disputar o Senado, empecilhos locais devem ser superados.

— Onde não houver acordo, veremos quem fez o dever de casa e se manteve fiel às orientações dos partidos.

Veja também

Vacinas salvaram aproximadamente 154 milhões de vidas nos últimos 50 anos, diz OMS

De acordo com um estudo conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os esforços globais …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas