sábado 27 de abril de 2024
Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad (Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda)  (./Reprodução)
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quinta-feira 6 de julho de 2023 às 11:52h

Fernando Haddad, Tarcísio de Freitas e a forte irritação de Bolsonaro

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A tão esperada e temida reforma tributária que começou a ser debatida na Câmara nesta quarta-feira (5) será retomada hoje (6).

Entre suas principais questões está a alteração do modelo de tributação “origem e destino”. Ou seja, de os impostos cobrados pelos produtos serem destinados ao Estado em que forem consumidos. Neste caso, São Paulo sai na frente pois é uma das unidades da federação que mais possui consumidores.

Olhando por esse lado, segundo a coluna de Matheus Leitão, na Veja, o texto atual acabou sendo interessante para ambos os lados – seja o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, seja o de Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

Embora o retorno financeiro comece a fazer diferença somente daqui a 50 anos, a união entre os dois é muito importante para o momento político que vivemos. Em um país com tantos conflitos e tão polarizado como o Brasil, essa união do governador bolsonarista com o ministro lulista vem em boa hora.

Aliás, a reunião dos dois foi objetiva – e uma ótima cena para o governo Lula, que diz querer pacificar o povo.

Mas isso acabou irritando, de acordo com o colunista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ministro da Fazenda chegou a elogiar a atuação do governador de São Paulo por ter colocado os interesses nacionais acima de questões regionais e partidárias, mas o bolsonarismo, como se sabe, não aceita essa justificativa.

O líder da extrema direita e seus apoiadores – que fazem questão de se posicionar de forma contrária e ideológica, sem pensar no que é o melhor para o Brasil – começaram uma mobilização ainda na noite de quarta, 5.

Depois de saber o resultado da reunião entre Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad, o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten publicou um texto assinado por Jair Bolsonaro cobrando oposição plena aos projetos do governo Lula no Congresso: “a todos aqueles que se elegeram com nossas bandeiras de ‘Deus, Pátria, Família e Liberdade’, peço que votem contra a PEC da Reforma Tributária”.

“Não à Reforma Tributária. Lula se reúne com o Foro de SP (criado em 1990 por Fidel Castro, Lula, FARC, …), diz ter orgulho de ser comunista, que a Venezuela impera a democracia, é amigo de Ortega que prende padres e expulsa freiras, seu partido fez ferrenha oposição a nós por 4 anos e comemorou a minha inelegibilidade. Só por isso, caso fosse deputado, votaria ao longo de todo o meu mandato contra tudo que viesse do PT”, diz o texto assinado pelo ex-presidente.

A publicação de cunho totalmente ideológico foi compartilhada pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, e Mario Frias (PL-SP), ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro.

A artilharia disparada por Jair Bolsonaro e seu entorno é um recado tanto para Tarcísio quanto para a base do PL – que já afirmou que não deve liberar seus parlamentares, orientando-os a votar contra, mas sem punição para dissidentes.

Tarcísio e Haddad se enfrentaram civilizadamente em debates para o governo de São Paulo sem partir para ofensas pessoais. Agora atuam – até aqui – como políticos sérios, sentando numa mesa e conversando sobre um tema fundamental para todos. Bem diferente do que a gente viu durante o mandato do inelegível ex-presidente.

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