terça-feira 21 de maio de 2024
SORRISOS - Lira e Pacheco: ambos devem conquistar novo mandato - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Home / DESTAQUE / Favoritismo de Lira e Pacheco marca a reta final para eleição no Congresso
sábado 21 de janeiro de 2023 às 09:58h

Favoritismo de Lira e Pacheco marca a reta final para eleição no Congresso

DESTAQUE, NOTÍCIAS, POLÍTICA


Embora esteja preocupado em consolidar apoios em partidos que já orbitam em torno do seu governo — e garantir menos sobressaltos no Congresso —, o presidente Lula não deve ter maiores dores de cabeça em outro assunto prioritário neste início de ano no Parlamento: a definição do comando das duas Casas do Legislativo, sempre potenciais fontes de encrenca para o Palácio do Planalto. A pouco mais de uma semana da eleição para as presidências da Câmara e do Senado, os candidatos apoiados pelo petista — o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — são favoritos para ser reeleitos para mais dois anos.

O quadro parece bem definido na Câmara, onde Lira se aproximou de Lula após a eleição, ao reconhecer imediatamente a vitória do petista e a ajudar na aprovação da PEC da Transição. Lira concorre praticamente sozinho — o único a se insinuar como adversário é Luiz Philippe de Orleans e Bragança, do PL, legenda que tem um acordo para apoiar o presidente da Câmara, mas se vê fracionada entre bolsonaristas e deputados do “Centrão raiz”. Siglas de esquerda, como o PSOL, também avaliam ter candidato só para “marcar posição”. Lira tem o apoio de dezesseis partidos, que somam mais de 400 deputados — para evitar um segundo turno, ele precisa de 257 dos 513 votos.

No Senado, o cenário exige maiores cuidados de Pacheco. Aliados do mineiro estimam que, apoiado por siglas como PT, MDB e União Brasil, ele consiga mais de cinquenta votos — são necessários 41. O PL, a maior bancada, com catorze cadeiras, lançou o ex-ministro Rogério Marinho (RN). Ancorado no bom desempenho da direita para o Senado em 2022, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, referendou a postulação de Marinho, que vinha balançando. O cacique diz que há votos para derrotar Pacheco, embora seja inegável que a candidatura bolsonarista tenha sido atingida em cheio pelo ataque de terroristas ao Congresso. Uma das prerrogativas da presidência da Casa é dar seguimento a pedidos de impeachment de ministros do STF, alvos de apoiadores de Bolsonaro — que já tentou o impedimento de Alexandre de Moraes, negado por Pacheco. Embora mais moderado que Hamilton Mourão (Republicanos-­RS), Damares Alves (Republicanos-DF) e Magno Malta (PL-ES), Marinho é homem de confiança de Bolsonaro. “O 8 de janeiro isolou o bolsonarismo na Câmara e no Senado. Lira poderá ser reeleito sem a ajuda dos bolsonaristas, assim como Pacheco”, diz o cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, da FGV.

Tanto Lira quanto Pacheco ganharam pontos com o governo ao reagirem com firmeza às invasões bárbaras e ao se solidarizarem com Lula. “Todos que tiveram responsabilidades serão punidos, inclusive parlamentares que postaram vídeos publicando inverdades sobre as agressões ao prédio da Câmara”, afirma Lira. A preocupação dele agora é com a segurança para a posse dos parlamentares, no dia 1º de fevereiro, quando haverá a eleição nas duas Casas. “Todo o planejamento está sendo bem cuidado para que não haja nenhum tipo de surpresa.”

Publicado em VEJA de 25 de janeiro de 2023, edição nº 2825

Veja também

Futuro político do Irã é imprevisível após morte do presidente Ebrahim Raisi, diz especialista

O período de transição no Irã vai durar cerca de dois meses e começa com …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas