A Espanha advertiu Israel neste sábado de que as medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), a Corte de Haia, são “obrigatórias”. O país exigiu seu cumprimento por parte do governo israelense, e a Ministra da Defesa espanhola se referiu aos eventos em Gaza como “um verdadeiro genocídio”.
“As medidas cautelares da CIJ, incluindo a cessação da ofensiva israelense em Rafah, são obrigatórias. Exigimos sua aplicação”, escreveu José Manuel Albares, ministro das Relações Exteriores do governo de Pedro Sánchez, na rede social X. ”Também o cessar-fogo, a libertação de reféns e o acesso humanitário. O sofrimento dos habitantes de Gaza e a violência precisam acabar”, acrescentou.
Por sua vez, a ministra da Defesa, Margarita Robles, descreveu a ofensiva israelense em Gaza como um “verdadeiro genocídio”, em uma entrevista na televisão pública TVE para o Dia das Forças Armadas.
— Não podemos esquecer que pessoas estão morrendo na Ucrânia, é uma guerra tremenda, nem podemos ignorar o que está acontecendo em Gaza, que é um verdadeiro genocídio — disse.
Em resposta a uma solicitação da África do Sul, o principal tribunal da Organiação das Nações Unidas (ONU) ordenou na sexta-feira que Israel interrompa sua operação em Rafah e qualquer outra ação que cause a “destruição física, total ou parcial” do povo palestino em Gaza.
O tribunal, cujas decisões são obrigatórias mesmo que não tenha meios de implementá-las, também pediu ao movimento islâmico Hamas que libertasse imediatamente todos os reféns tomados em seu ataque a Israel em 7 de outubro. No entanto, Israel bombardeou a região de Rafah neste sábado.
Os juízes da corte citaram a “desastrosa” situação humanitária no enclave, afirmando que a ofensiva israelense e quaisquer atos que possam causar a destruição total ou parcial dos palestinos devem cessar.
A Espanha é um dos países europeus mais críticos em relação a Israel desde o início do atual conflito em Gaza. O governo israelense de Benjamin Netanyahu convocou nesta semana seu embaixador em Madri para consultas sobre o reconhecimento do Estado palestino por parte do governo espanhol, que Sánchez anunciou que entrar em vigor no próximo dia 28
No mais recente atrito diplomático, Israel anunciou na sexta-feira sua decisão de “cortar a conexão entre a representação diplomática da Espanha em Israel e os palestinos”, após um comentário considerado “antissemita” pela número três do governo espanhol, Yolanda Díaz.