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terça-feira 19 de setembro de 2023 às 06:50h

Embate por diretório do Amazonas vira novo flanco de desavenças no União Brasil

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Após uma rebelião interna que gerou uma debandada no Rio de Janeiro, uma disputa pelo diretório do Amazonas se tornou segundo Camila Turtelli, do jornal O Globo, o novo flanco de descontentamento no União Brasil. O embate, que já envolveu cenas de xingamentos, decisões judiciais e tentativas de reuniões secretas, colocou em lados opostos dois dos principais caciques da sigla, fruto da fusão entre DEM e PSL. De um lado, está ACM Neto, secretário-geral do partido, e do outro, Luciano Bivar, atual presidente.

O resultado da pendenga partidária é a indefinição sobre quem comandará o escritório amazonense da legenda, faltando menos de um ano para o início da campanha para as eleições municipais. A situação ocorre meses após o União sofrer uma saída em massa de integrantes do diretório fluminense, capitaneada pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho, que levou seu grupo político para o Republicanos após desavenças com a cúpula do União.

Já no Amazonas, o partido era dirigido pelo ex-deputado federal Pauderney Avelino, que antes comandava o diretório do DEM desde 2007. Ele foi mantido no posto mesmo após a fusão com o PSL, mas agora está afastado por uma decisão judicial.

No começo deste ano, a presidência estadual passou a ser contestada por aliados do governador amazonense Wilson Lima. Segundo pessoas a par da disputa local, havia um acordo feito com a ala do PSL, quando Lima se filiou à legenda em 2022, de que ele poderia vir a presidir o diretório neste ano.

A promessa, no entanto, não teria sido acordada com o outro grupo do União Brasil e pegou Avelino e seus aliados de surpresa no início do ano. Na época, o ex-deputado era secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) no governo de Lima, cargo do qual ele foi exonerado após as desavenças.

Quando soube do acerto que colocaria Lima em sua cadeira no diretório local, Avelino tentou se antecipar e convocou uma convenção em abril para manter o comando do partido. A iniciativa, contudo, falhou após Bivar recorrer à Justiça sob a justificativa de que a assembleia que reconduziu o ex-DEM no cargo foi irregular. A convocação, segundo alegou o presidente do União, havia sido feita apenas há dois dias do evento, com a publicação de um edital em um jornal de pequena circulação e longe de Manaus, na cidade de Parintins.

“A publicação do edital, feita intempestivamente em um jornal de pequena circulação, não contava com informações mínimas como o prazo para candidatura e o número de membros do diretório que seriam eleitos a inviabilizar o registro de qualquer chapa de oposição”, afirmou Bivar sobre o ocorrido.

Avelino recorreu, mas a decisão final da Justiça foi a suspensão da convenção e seu afastamento do comando.

Em julho, houve uma reunião da Executiva do União para tentar um acordo sobre a situação do Amazonas, mas sem sucesso. Passados 15 dias desse encontro, Bivar resolveu tomar uma decisão, considerada monocrática, e chamou uma eleição estadual no Amazonas para tentar colocar Wilson Lima no comando.

Segundo membros do partido, após essa convocação, Avelino, já afastado do comando estadual, procurou Bivar para uma conversa, para tentar chegar a um acordo, mas o telefonema acabou virando uma briga, com xingamentos e, segundo aliados, “deixou um clima extremamente ruim entre as duas alas do União”.

Depois disso, mais uma vez, a briga foi para outras instâncias. A ala do DEM entrou na Justiça contra a decisão de Bivar, alegando que o presidente do partido não poderia agir sozinho ao chamar uma eleição, sem o aval da Executiva Nacional do União Brasil. O pedido foi aceito, e a escolha de Lima, anulada.

Na sequência, Bivar e ACM Neto se reuniram para uma conversa em Brasília, mas a tentativa de apaziguar o clima falhou de novo. Os dois não se entenderam. Mais uma vez houve xingamentos e falas exaltadas.

ACM e seus aliados divulgaram uma carta na qual questiona Bivar sobre a situação no Amazonas.

“Precisamos de uma Direção Nacional mais plural no União Brasil, onde o presidente nacional reúna com frequência o partido e as decisões estratégicas, municipais, estaduais e nacional, sejam tomadas pelo desejo da maioria”, diz a nota.

Para aliados de ambos os lados, essa briga regional revela um problema maior para o União Brasil e para a permanência de Bivar na presidência. Quando da fusão dos partidos, havia um acordo para que toda decisão acontecesse de maneira colegiada, o que não aconteceu no caso do Amazonas.

Ambos os lados agora estudam como avançar a partir dessa crise, mas ainda estão longe de chegar a um acordo. Membros da ala do DEM aceitam que Wilson Lima assuma a presidência estadual, mas desde que Pauderney permaneça dentro da direção ou no comando do diretório de Manaus. Até agora, porém, não há acordo.

Procurados, ACM Neto, Bivar, Avelino e Lima não quiseram se manifestar.

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