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Cid Gomes e seu irmão Ciro Gomes - Foto: Reprodução/Arquivo
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domingo 25 de junho de 2023 às 08:23h

Disputa em Fortaleza amplia racha entre Ciro e Cid Gomes, diz jornal

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Após protagonizarem um embate público nas eleições do ano passado, o senador Cid Gomes e o ex-governador Ciro Gomes enfrentam mais um impasse. Influentes na política cearense, os irmãos divergem segundo matéria de Luísa Marzullo, no O Globo, sobre qual postura deve ser adotada na disputa para a prefeitura de Fortaleza no ano que vem.

Assim como em 2022, Ciro defende um palanque puro-sangue para o PDT. Neste contexto, o candidato natural seria o atual prefeito, José Sarto (PDT), que já manifestou interesse em concorrer à reeleição. Em evento recente no diretório do partido, o ex-candidato à Presidência enfatizou que o aliado deve ter o direito de disputar mais um mandato. Já Cid retoma a estratégia da conciliação e a retomada da aliança entre PDT e PT, lançando candidatura única.

A gestão de Sarto, no entanto, não tem recebido as melhores avaliações e é alvo de críticas dentro e fora do PDT. Recentemente, perdeu apoio popular por crises, como a gerada pela taxa do lixo, cobrança aprovada pela Câmara Municipal em dezembro passado, mas suspensa por decisão judicial. O projeto criou um imposto com valores de R$ 258 a R$ 1.600 por ano para imóveis da capital, baseado na quantidade de lixo produzido.

Por este motivo, apesar da defesa da ala ligada a Ciro, Cid aposta novamente num discurso conciliador e de retomada da aliança com o PT.

— Fazemos uma comparação: Fortaleza vinha sendo muito bem avaliada na gestão de Roberto Cláudio, vinha imprimindo um ritmo alto de ações. Não há dúvidas de que era melhor (que a gestão de Sarto). Creio que antes de se pensar em reeleição, precisamos pensar em projeto político. O nome é consequência, temos primeiro que fazer essa reaproximação — afirmou.

Apesar de não falar em nomes, seus aliados discutem a possibilidade de lançar Evandro Leitão, também do PDT, mas aberto a uma composição com a ala majoritária do PT.

Por mais de 20 anos, PDT e PT formaram uma aliança na capital e no estado. O rompimento ocorreu no ano passado, após a recusa de Ciro em se atrelar à figura de Lula nos palanques estaduais. Cid apoiou publicamente o atual presidente já no primeiro turno.

O impasse entre PDT e PT é visível na relação fria entre o governador Elmano de Freitas (PT) e o prefeito Sarto, o que poderá dificultar ainda mais uma reaproximação das duas legendas. O governador também defende uma candidatura própria. O nome que tem sido ventilado até o momento pelo PT é o da deputada federal Luizianne Lins, considerada uma defensora “raiz” de Lula, mas que enfrenta resistência por aderir a uma postura mais ideológica.

Dor pelo rompimento

A preocupação com a disputa na capital se dá pelo simbolismo: articuladores apontam que é um preâmbulo do que pode vir a ocorrer em 2026. Em seu primeiro mandato, Elmano de Freitas deve tentar a reeleição, o que pode fazer com que o rompimento do PT com o PDT seja mantido por mais um pleito.

Além da prefeitura de Fortaleza, Ciro e Cid estão em lados opostos na disputa interna pelo comando do PDT local. Apesar de seu irmão ter pleiteado o cargo, Ciro defende publicamente que o deputado federal André Figueiredo siga na posição:

— André, você conta comigo, nós precisamos de você em nome da unidade do partido.

Em entrevista ao site Ponto Poder, Ciro afirmou que “vai morrer com a dor” do rompimento com Cid. No passado, os dois principais representantes da família Ferreira Gomes, uma das mais importantes da política cearense, eram aliados. Pioneiro, Ciro emergiu no cenário político antes da redemocratização, ainda em 1982, quando se elegeu deputado estadual.

Aliados de Tasso Jeirassati (PSDB) até o início dos anos 2000, foi Cid quem descolou a imagem dos irmãos do ex-governador, que cacifou Ciro para o Palácio da Abolição.

— Até 2018, Ciro e Cid dividiam as funções políticas: um se encarregava das relações federais, outro das domésticas. Tudo funcionava muito bem. Em 2022 ocorreram os rompimentos internos, pela disputa da sucessão de Camilo Santana (governador), e externo, pelo desejo de Ciro em se descolar de Lula — afirma Monalisa Torres, mestre em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).

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