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Lula (PT) e Bolsonaro (PL), candidatos à Presidência - Marlene Bergamo/Folhapress e Mauro Pimentel/AFP
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segunda-feira 13 de março de 2023 às 04:52h

Derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro não se cansa de ajudar Lula

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Ninguém contribuiu tanto para a derrota de Jair Bolsonaro na eleição de 2022 quanto ele próprio, diz artigo de Daniel Pereira, da Veja. No exercício do mandato presidencial, o capitão desdenhou da pandemia de Covid-19, gastou energia com guerras imaginárias, apostou na tensão entre as instituições, ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF), insuflou seus apoiadores mais radicais e ainda flertou com a ideia de um golpe para se perpetuar no poder. Esse conjunto da obra facilitou a vida de Lula, que se apresentou como defensor da democracia e conseguiu reunir uma frente ampla em torno de sua candidatura.

Após a votação, poucas pessoas ajudaram tanto o petista — intencionalmente ou não — como Bolsonaro e sua grei. A invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas fanáticos, em oito de janeiro, tiveram como consequência o apoio a Lula dos chefes do Legislativo e do Judiciário, além de governadores de Estado, inclusive os de oposição, como Tarcísio de Freitas. O novo presidente deu assim um passo importante em direção à pacificação do país e à reafirmação de sua autoridade, que o antecessor até hoje resiste em reconhecer, ao colocar sob suspeita a lisura do processo eleitoral.

Já o caso das milionárias joias doadas pelo governo da Arábia à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não só reforça o desgaste de imagem do clã Bolsonaro como serve de cortina de fumaça para Lula. Enquanto o tema domina o noticiário, o petista se livra de dar explicações sobre ministros suspeitos de irregularidades ou comportamentos controversos e, mais importante, sobre os assuntos realmente prioritários, como a negociação com o Congresso, a proposta de novo marco fiscal e o que será feito para garantir a retomada da atividade econômica.

Quando assumiu pela primeira vez a Presidência, em 2003, Lula costumava debitar os problemas do país na conta de uma “herança maldita” recebida de Fernando Henrique Cardoso. De volta ao Planalto pela terceira vez, ele explora politicamente a herança maldita deixada por Bolsonaro em áreas como a saúde e a educação, mas vira e mexe se beneficia mesmo é do festival de erros e histórias nebulosas envolvendo a família do capitão. Esta “herança bendita”, dada de lambuja pelo adversário, tem ajudado a perpetuar a lua de mel do petista com a população, apesar de ele pouco ter avançando em pautas fundamentais.

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