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Lorenzo Fontana - Foto: ANSA
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sábado 15 de outubro de 2022 às 11:48h

Católico ultraconservador é eleito presidente da Câmara dos Deputados da Itália

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O político Lorenzo Fontana, um católico ultraconservador de 42 anos conhecido por suas posições contra o aborto, a eutanásia, a homossexualidade e a imigração, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados da Itália nesta última sexta-feira (14).

Fontana, atual vice-secretário-geral do partido de extrema-direita Liga e um dos políticos mais próximos do líder da formação, Matteo Salvini, superou por ampla margem os 201 votos necessários para conquistar o cargo.

A escolha de Fontana gerou protestos de alguns parlamentares do Partido Democrático (centro-esquerda), que exibiram um cartaz de protesto no Parlamento com a frase “Não a um presidente homofóbico e pró-Putin”.

O novo presidente da Câmara dos Deputados teve o apoio da coalizão de direita que venceu as eleições legislativas de 25 de setembro, formada pelo partido pós-fascista Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália) de Giorgia Meloni, provável futura primeira-ministra, a Liga de Matteo Salvini e o Força Itália do conservador Silvio Berlusconi.

Na quinta-feira (13), o braço direito de Meloni, Ignazio La Russa, cofundador do Irmãos da Itália, foi eleito presidente do Senado, segundo cargo em importância na Itália, atrás apenas do presidente da República, Sergio Mattarella.

O jornal La Repubblica publica nesta sexta-feira um currículo de Lorenzo Fontana: “Recita 50 Ave-Marias por dia, promove a restrição do direito ao aborto, é hostil ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à eutanásia e à sociedade multicultural”.

Elogio ao Papa

Considerado um dos políticos mais conservadores do país, seu casamento foi celebrado por um padre tradicionalista com o chamado rito tridentino, em latim, que o papa Francisco não aprova.

Apesar disso, em seu primeiro discurso como presidente da Câmara, ele elogiou o pontífice argentino por sua “ação diplomática sem igual em favor da paz”, disse.

A associação para a defesa dos direitos das minorias sexuais Arcigay manifestou sua preocupação.

“Fontana sempre considerou a Rússia liderada por Vladimir Putin como seu modelo cultural e político e se destacou por apoiar as propostas mais dolorosas da história recente, como exigir a abolição da lei contra a discriminação racial e religiosa”, destacou o secretário-geral da associação, Gabriele Piazzoni, em um comunicado à imprensa.

Em diferentes ocasiões, Lorenzo Fontana expressou sua admiração por Putin. Também condenou as sanções contra a Rússia, embora tenha, nos últimos meses, mudado de posição após a guerra na Ucrânia.

Em 2016, Fontana apoiou abertamente o partido neonazista grego Aurora Dourada. Sua firme posição eurocética e regionalista ajudou a aproximá-lo da direita francesa de Marine Le Pen, de quem se apresenta como aliado no Parlamento europeu.

Ex-ministro para a Família (2018-2019), ele é licenciado em Ciência Política, História e Filosofia. A eleição de La Russa e Fontana para dois dos cargos mais importantes da Itália, uma república parlamentarista, levanta uma série de questões sobre a ascensão da direita e do conservadorismo radical na Europa.

Os dois presidentes do Parlamento devem se reunir com o chefe de Estado no âmbito das consultas institucionais para nomear Giorgia Meloni para o cargo de primeira-ministra. Este processo deve durar em torno de uma semana.

Com Meloni à frente do governo, a Itália terá o Executivo de direita mais radical desde a Segunda Guerra Mundial.

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