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domingo 17 de julho de 2022 às 14:31h

Brasil lidera ranking mundial de influenciadores no Instagram com 10,5 milhões deles

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Você certamente já deve ter feito alguma compra ou frequentado algum local após ver a indicação em algum perfil nas redes sociais. Conforme Simon Nascimento e Matheus Bongiovani, do jornal O Tempo, a prática tem se tornado cada vez mais comum, já que o Brasil, hoje, lidera o número de influenciadores digitais no Instagram. Pesquisa feita pela agência global Nielsen indica que o país tem 10,5 milhões de profissionais dedicados ao conteúdo digital – contingente semelhante à população da Grécia – onde há 10,4 milhões de habitantes.

A estatística, listada no Relatório Anual de Marketing da empresa, considera perfis acima de mil seguidores que exercem poder de influência ou que são profissionais da área. No levantamento, quando inserido os dados do TikTok e do Youtube, o índice salta para 13 milhões de influenciadores. O Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos, onde foram identificados cerca de 14,5 milhões de pessoas atuando nas redes sociais.

Geralmente, a vida no digital é centrada em compartilhar dicas de viagens, restaurantes, promoções. Há também quem produz conteúdos sobre estilos de vida, reflexões e humor. E foi justamente nas brincadeiras e com vídeos fazendo manobras com motos que o Isaque Miller, o @sasp.oficial, se tornou um dos influenciadores de BH mais conhecidos. Ele acumula quase 800 mil seguidores nas duas contas que mantém no Instagram.

Por lá, o lema é “grau (manobras com moto), zuera, viagens e muito mais”, resume na biografia do perfil. Antes de se tornar um influenciador e conseguir se sustentar com o digital, ele trabalhava como pizzaiolo. A chave virou quando vídeos empinando a moto e fazendo brincadeiras fizeram com que ele saísse de 700 seguidores para 10 mil. “E cada vez que eu fazia outro vídeo de zoeira repercutia mais ainda. Quando cheguei em 40 mil seguidores, começaram a me oferecer as coisas”, lembrou.

No início, Isaque divulgava roupas de marcas que se encaixavam no público dele. “E quando cheguei em 80 mil seguidores parei de trabalhar e fiquei só com a internet e nem minha carteira de trabalho busquei mais. Vi que a internet estava me dando um bom dinheiro, às vezes você faz uma divulgação e ganha R$ 300 fazendo um vídeo e esse valor eu ganhava a semana inteira como pizzaiolo”, calculou.

Nas redes há quase quatro anos, ele diz que hoje sobrevive apenas do digital. Mas apesar do que muitos acham, o trabalho é intenso para ter uma estratégia de conteúdo capaz de reter e engajar o público. “Toma muito tempo da gente. Não tem uma receita de bolo”, relata. Para trabalhar, segundo ele, basta um celular e um ring light – equipamento de iluminação para influenciadores. “No celular você faz tudo: grava, já edita e publica”, complementa.

Casos como o de Isaque são comuns, na avaliação da CEO da agência de comunicação e marketing Mynd, Fátima Pissarra. Ela explica que além da internet ter se tornado um meio de profissionalização, a pandemia acelerou a entrada de empresas e pessoas no mundo corporativo digital. “A busca das pessoas para se desenvolverem ou desenvolverem seus negócios no cenário digital é uma tendência da sociedade em que vivemos atualmente, além de muitos enxergarem como uma oportunidade de mudar a sua realidade e estar em uma plataforma cada vez mais rentável”, ressalta.

A executiva lembra que é difícil estabelecer uma faixa de remuneração média, tendo em vista as diferenças entre os perfis e o engajamento dos influenciadores. “O mercado de marketing de influência ganhou muita força e relevância, então, mesmo aqueles que ainda estão começando a construir o seu público e a conquistar o seu espaço, já conseguem ter uma boa remuneração, desde que exista uma estratégia coerente por trás da pessoa, que seja condizente e autêntica com o conteúdo e estilo do influenciador”, sugere.

Como se tornar um influencer?

Para quem está em busca de fazer da influência digital uma profissão, a dica é buscar profissionalização e ter autenticidade. Jr César, CEO da agência Brasilera Digital, é responsável por agenciar a carreira de influenciadores como os ex-BBB’s Viih Tube e Rodrigo Mussi, e da mineira Camila Loures. Na avaliação dele, o primeiro passo é entender que a profissão requer “investimento, doação, disciplina e responsabilidade, como qualquer outra”.

César lembra a importância da produção de conteúdo para conseguir se estabelecer nas redes. “Não adianta eu querer oferecer um conteúdo ou produzir algo que não domine ou que não saiba. Vai soar falso, desinformado. O primeiro ponto é ter algo autêntico, com o qual se identifica e fazer experimentos para saber se performou bem”, aconselha. Entender as regras de funcionamento das plataformas também é essencial para obter êxito na jornada digital.

No Instagram, por exemplo, ele explica que o engajamento com os posts – comentários, curtidas e compartilhamentos – é que vão ditar se o profissional está trilhando o caminho correto. “O influenciador é resultado de um bom produtor de conteúdo. Começo a influenciar as pessoas a partir da conversa que eu gero e influencio ao meu redor. Não tem uma fórmula exata de números e engajamento”, diz Jr.

Jornada difícil, porém recompensadora

Para quem já mantém um perfil ativo no digital, mas que ainda precisa de se dedicar a outras ocupações profissionais, a principal dificuldade é diversificar os conteúdos e ter constância nas publicações. O @ondejafomos, mantido pelo jornalista Thiago Marques, 28, e a biomédica Sarah Contim, 24, compartilha receitas, dicas de restaurantes, viagens, passeios e pequenos negócios em BH.

A página foi criada justamente para compartilhar a rotina do casal. Desde então, o perfil reúne quase 6 mil seguidores e bom relacionamento com quem recebe as publicações. No feed, imagens de hambúrgueres, pizzas, doces e demais guloseimas saltam os olhos de quem vê. “A gente já tem meio que um script pronto de como a gente vai fazer. São fotos bem ‘food porn’ que a pessoa vai bater o olho e falar que lugar é esse, quero curtir esse lugar”, diz Thiago.

Atualmente, o casal realiza apenas parcerias para consumação, sem receber valores das marcas. “É o que faz mais sentido, não achamos que é o momento de monetizar a página, porque a partir do momento que começar a cobrar, a gente fica refém desse valor e vai ter que postar só porque recebeu, mesmo se for uma experiência negativa e vai virar uma página só de publicidade”, detalha o jornalista que afirma publicar apenas o indicações de produtos que agradam ele e a noiva.

Pensando no futuro, o casal estuda maneiras de ter um conteúdo mais diversificado, mas dentro da proposta inicial de compartilhar as experiências. “A maior dificuldade é inovar o conteúdo, conseguir suprir o que o Instagram pede que é postar mais, utilizar todos os recursos, já que hoje a nossa página não é aquilo que nos sustenta. Um jeito de superar isso é entender que a gente produz um conteúdo leve, no momento que estamos dispostos, com tempo para isso também. E seguidores, curtidas, vem com o tempo. Não dá para se pressionar muito em relação a isso”, explica Sarah.

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