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sábado 15 de outubro de 2022 às 14:49h

As mentiras e os exageros mais repetidos por Lula na campanha

DESTAQUE, NOTÍCIAS


Criação da lei da lavagem de dinheiro e aumento de salário acima da inflação para pelo menos 90% das categorias de trabalhadores organizadas foram as mentiras mais repetidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha no 1º turno das eleições de 2022. Na economia, o petista também exagerou várias vezes, como quando citou a geração de empregos na sua gestão. As informações são da Lupa, do portal UOL.

A Lupa checou o candidato do PT em oito ocasiões desde 1º de junho deste ano. O número é inferior às 15 checagens de Jair Bolsonaro (PL) porque Lula, além de ter faltado ao debate do SBT, declinou de certas entrevistas e sabatinas, como na RedeTV!, na Jovem Pan, no Pânico e em podcasts como, por exemplo, o Flow.
Confira a seguir as mentiras e os exageros que mais se repetiram em suas manifestações:

COMBATE À CORRUPÇÃO

[Foi no meu governo que] A gente criou (…) a lei contra a lavagem de dinheiro
– Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República

Falso

Lula mentiu quatro vezes sobre a criação ou adoção de medidas para combater a corrupção. Uma fala que se repetiu foi a da lei contra a lavagem de dinheiro, dita na sabatina do Jornal Nacional e no debate da Band.
A Lei nº 9.613, que criou a figura jurídica da lavagem de dinheiro, foi sancionada em março de 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ou seja, quatro anos antes de Lula assumir a presidência em 2002. Em 2012, depois de Lula deixar o Planalto, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou uma revisão dessa legislação com a Lei nº 12.683 de 2012.

No Jornal Nacional, o candidato do PT também citou outras duas informações falsas relativas ao combate à corrupção. A primeira foi que a criação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), para cuidar de movimentações financeiras atípicas, ocorreu em sua gestão. Na verdade, o conselho foi criado com a Lei n° 9.613/98, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

A segunda foi que na sua gestão o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) passou a combater os cartéis. Isso ocorreu a partir em 2011, durante o governo Dilma, quando houve uma revisão de normas, entrando em vigor a nova Lei de Defesa da Concorrência.

AUMENTO PARA TRABALHADORES

Durante todo o tempo que eu fui presidente, 90% das categorias organizadas […] recebiam aumento de salário acima da inflação
– Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República

Falso

Lula mentiu duas vezes que, durante a sua gestão, pelo menos 90% das categorias organizadas de trabalhadores recebiam aumento acima da inflação: em fala na USP e durante entrevista ao programa do Ratinho, no SBT.
Em nenhum dos anos entre 2003 e 2010, período em que Lula ocupou a Presidência da República, o percentual de categorias que tiveram seus salários reajustados acima da inflação chegou a 90%. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) (página 3).
De acordo com a entidade, o número de categorias que receberam reajustes acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou de 18,8% (em 2003) a 87,7% (em 2007 e 2010). Em 2003, 2004, 2005 e 2008, mais de 10% das categorias tiveram salários defasados.

GERAÇÃO DE EMPREGOS

Esse que vos fala gerou 22 milhões de empregos no país

– Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República

Exagerado

Lula exagerou em quatro ocasiões diferentes que, durante o seu governo ou nas gestões comandadas pelo PT, foram gerados 22 milhões de empregos: em fala na USP, em entrevista ao Ratinho e nos debates da Band e da Globo.
De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Economia, foram criados 15,3 milhões de empregos formais no país entre 2003 e 2010, quando o petista estava no governo.
As estatísticas da Rais também mostram que a diferença entre o número de pessoas empregadas em 2002 — último ano antes de Lula assumir a presidência — e 2015 — último ano completo do PT no poder — é de 19,4 milhões. No final de 2002, eram 28,7 milhões de vagas formais de emprego. Em 2015, 48,1 milhões.

NEGÓCIOS INTERNACIONAIS

Quando cheguei à presidência, nosso fluxo de balança comercial era de US$ 108 bilhões. Deixamos com quase US$ 482 bilhões

– Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República

Exagerado

Lula exagerou ao menos três vezes ao falar da balança comercial em sua gestão: na sabatina da CNN, no programa do Ratinho e no debate da Globo. Além disso, oscilou entre citar o valor em dólares, em reais ou sem mencionar a moeda.
Em 2002, ano em que o petista foi eleito para o primeiro mandato, o fluxo da balança comercial no Brasil (soma do volume de exportação e de importação) era de US$ 108,3 bilhões. Segundo os relatórios disponíveis no Comex Stat, página que reúne informações estatísticas sobre o comércio exterior do país desde 1997, o valor de exportação no Brasil naquele ano foi de US$ 60,1 bilhões, enquanto que o de importação foi de US$ 48,2 bilhões.
Já em 2010, último ano de Lula na presidência, embora tenha mais do que triplicado, o montante chegou a US$ 383,7 bilhões — quase US$ 100 bilhões a menos do que afirmou o político. Naquele ano, o Brasil exportou US$ 200,4 bilhões e importou US$ 183,3 bilhões.

DIREITO DAS MULHERES

O [Brasil foi o] último país a garantir que a mulher tivesse direito a voto

– Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República

Falso

Lula mentiu em duas ocasiões que o Brasil foi o último país a garantir direito a voto para as mulheres: em falas na Fiesp e na USP. Enquanto no Brasil o Código Eleitoral de 1932 deixou claro que não havia distinção de sexo entre os eleitores, na Arábia Saudita, último país do mundo a legalizar o sufrágio feminino, as mulheres foram às urnas pela primeira vez em 2015.
Na própria América Latina, há diversos países onde as mulheres somente puderam votar depois do Brasil. Na Argentina, por exemplo, o direito foi conquistado em 1947, embora a primeira votação com participação feminina tenha sido em 1951. O Paraguai foi o último país da região a conceder o sufrágio feminino, o que aconteceu após uma grande movimentação de grupos feministas, em 1961.

ESTUDANTES NA UNIVERSIDADE

Quando eu saí da presidência, tinham 8,5 milhões de pessoas na universidade
– Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República

Exagerado

Lula exagerou duas vezes ao citar que, quando saiu da Presidência da República, o Brasil tinha 8,5 milhões de pessoas nas universidades: nos debates da Band e da Globo. Entre 2003 e 2010, período em que o petista presidiu o país, o número de estudantes universitários quase dobrou, mas não chegou a 8 milhões.
Em 2002, antes de Lula assumir, havia 3,52 milhões de estudantes. Em 2010, último ano da gestão do petista, havia 6,3 milhões de estudantes matriculados (página 41). O número citado pelo candidato é 21,25% maior do que o real. O número de universitários chegou a 8 milhões apenas em 2015 (página 21), último ano completo de Dilma Rousseff (PT) na presidência.

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