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O senador Marcos do Val (Podemos-ES), na CPMI do 8 de janeiro, na terça-feira passada - Foto: Pedro França/Agência Senado
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quarta-feira 19 de julho de 2023 às 07:39h

Após Bolsonaro negar trama contra Moraes, é a vez de Marcos do Val se explicar à PF

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Depois de o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) negar trama para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) vai se explicar conforme a coluna de Manoela Alcântara, no portal Metrópoles, aos investigadores da Polícia Federal sobre suas diferentes versões da história. O depoimento sobre o caso está marcado para esta quarta-feira (19), em inquérito que investiga ainda suposto plano golpista.

Do Val divulgou nas redes sociais que teria sido procurado para participar de um plano ao lado do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), atualmente preso. O senador também acusou Bolsonaro de propor plano para dar um golpe de Estado quando ainda era o chefe do Executivo.

Depois de o senador mudar sua versão da história por diversas vezes, em março deste ano, o ministro Alexandre de Moraes determinou abertura de inquérito para apurar o caso. Na condição de testemunha, Bolsonaro prestou depoimento à PF na semana passada. Na ocasião, o ex-mandatário negou ter relação próxima com o senador ou ter feito qualquer plano contra o ministro.

Agora, Do Val terá de explicar as suas contradições e as afirmações de Bolsonaro, que apresentou à PF uma conversa de WhatsApp na qual diz ao senador que o suposto plano de grampear o ministro seria “coisa de maluco”.

Contradições

Em entrevista para a revista Veja, no dia 1º de fevereiro, o senador afirmou ter ouvido diretamente do então presidente da República detalhes do plano para gravar clandestinamente Moraes. Disse que foi convidado por Bolsonaro a participar de um “golpe” para incriminar o ministro do STF.

Depois, no entanto, o congressista recuou e negou ter sido coagido por Bolsonaro. Ocorre que na gravação feita pela revista Veja o senador é questionado se o próprio presidente à época pediu para que a gravação ilegal fosse feita e ele responde que “sim”.

“Disse sim. Que o GSI ia me dar o equipamento para poder montar para gravar. Aí eu falei assim, quando eu falei que ‘mas não vai ser aceito’. ‘Não, o GSI já tá avisado’. Quer dizer, já tinha validado a fala comigo. ‘Eles vão te equipar, botar o equipamento de escuta, de gravação, e a sua missão é marcar com o Alexandre e conduzir o assunto até a hora que ele falar que ele, que ele avançou, extrapolou a Constituição, alguma coisa nesse sentido.’ Aí ele falou ‘ó, eu derrubo, eu anulo a eleição, o Lula não toma posse, eu continuo na Presidência e prendo o Alexandre de Moraes por conta da fala dele, que ele teria’”, explicou, em áudio.

Em entrevista posterior, Marcos do Val entra em contradição e diz que o ex-presidente teria ficado calado durante toda a reunião. Nesta versão, o parlamentar responsabilizou Silveira pelo plano e ainda garantiu que denunciou tudo ao ministro Alexandre de Moraes.

Quatro versões

Moraes, ao decidir pelas investigações, pontuou que o senador contou quatro versões sobre a reunião. “Ouvido sobre os fatos, o senador Marcos do Val apresentou, à Polícia Federal, uma quarta versão dos fatos por ele divulgados, todas entre si antagônicas, de modo que se verifica a pertinência e necessidade de diligências para o seu completo esclarecimento, bem como para a apuração dos crimes de falso testemunho (art. 342 do Código Penal), denunciação caluniosa (art. 339 do Código Penal) e coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal)”, disse o ministro em decisão.

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