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sexta-feira 23 de setembro de 2022 às 06:26h

Apelo a prefeitos, ataques a rival e ‘dobradinha’: as estratégias dos candidatos ao governo do Rio na reta final

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Na reta final rumo ao primeiro turno, as campanhas mais bem colocadas nas pesquisas de intenção de votos para o governo do Rio traçam estratégias para converter eleitores indecisos. Cláudio Castro (PL) fez chegar aos 85 dos 92 prefeitos do estado que o apoiam a ordem para que intensifiquem os pedidos de votos nos municípios que comandam, com direito a carreatas e postagens em redes sociais. A preocupação é ter que enfrentar Marcelo Freixo (PSB) em um eventual segundo turno, num cenário em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteja em declínio. Freixo, por sua vez, foca em três eixos de ação: intensificar a artilharia contra Castro, colar a própria imagem a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aumentar a presença no interior do estado. Rodrigo Neves (PDT) receberá o presidenciável de seu partido, Ciro Gomes, no Rio para um último ato de campanha, no qual pretende reforçar a dobradinha como uma “terceira via possível”.

Prefeitos aliados a Castro farão ‘força-tarefa’

O desempenho de Castro nas pesquisas — as quais lidera com certa folga — faz com que a sua equipe sonhe com uma vitória no primeiro turno. Segundo pesquisa Datafolha divulgada quinta-feira à noite, o governador tem 36% das intenções de votos, contra 26% de Freixo e 8% de Neves. Na quarta-feira, o governador reuniu 63 dos chefes dos Executivos municipais e pediu uma “força-tarefa” para converter votos em municípios do interior e da Baixada Fluminense. A equipe de Castro faz as contas e cruza os dedos, já que levar a disputa para a segunda etapa poderia trazer riscos, com uma eventual queda de Jair Bolsonaro (PL), a quem Castro apoia para a presidência. Ficou acertado que todos os prefeitos farão postagens diárias em suas redes sociais pedindo votos aos moradores dos seus municípios e cada um deles realizará ao menos duas carreatas em suas respectivas cidades até o próximo dia 2, pedindo apoio a Castro, sempre com o mote da necessidade de colaboração do estado com os municípios e do temor de uma vitória do pessebista.

Castro confirmou que espera empenho dos aliados.

— Algumas pesquisas já nos apontam com 48% dos votos válidos no primeiro turno. Vamos trabalhar e contamos com os prefeitos, com os quais construímos essa parceria. Espero que eles possam ir para a rua e pedir votos, sobretudo no interior, onde e eleição é feita casa a casa, voto a voto. O prestígio dos prefeitos é um diferencial. O apoio deles faz a diferença. Queremos consolidar essa liderança — afirmou.

Freixo endurece discurso

Como já vem fazendo nas últimas semanas, o candidato do PSB seguirá apostando em desconstruir a imagem de Castro em programas de rádio, TV e publicações nas redes sociais. O principal objetivo é mostrar o atual governador envolvido em crises políticas e suspeitas de corrupção como o escândalo do Ceperj e a prisão de cinco secretários durante o atual mandato. “Você se lembra disso? O Rio de Janeiro não aguenta mais essa máfia de cinco governadores e cinco secretários de Witzel-Castro presos”, diz um trecho de uma inserção recente da campanha pessebista.

A corrupção no Ceperj foi um dos temas dominantes também no debate entre candidatos a governador do Rio promovido na quinta-feira pelos jornais O Globo, Extra e Valor e pela rádio CBN no auditório do Sesc do Flamengo, que contou com a participação de Cláudio Castro, Marcelo Freixo, Rodrigo Neves e Paulo Ganime (Novo). Numa estratégia até então inédita na campanha, Freixo e Neves, candidatos mais à esquerda do espectro político, fizeram uma dobradinha para atacar o governador candidato à reeleição.

Nestes últimos dias de campanha antes do primeiro turno, Freixo tenta realizar mais um ato público com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capital fluminense. Um comício previsto para este domingo na Lapa foi suspenso pela campanha petista. O pessebista ainda articula para conseguir reverter a decisão ou organizar uma outra agenda em que Lula reforce o apoio a ele. Desde o início da campanha, Freixo busca nacionalizar a eleição estadual, colando sua imagem à do ex-presidente Lula. Segundo o último Ipec, o presidenciável petista tem a preferência do eleitorado fluminense, marcando 41% das intenções de voto contra 36% de Jair Bolsonaro (PL).

Outra prioridade do pessebista é intensificar a presença da campanha nas ruas — mobilização vista como “fria” até o momento por apoiadores. A última semana deve ter agendas em municípios do interior do estado, onde Castro tem seus melhores resultados e Freixo ainda patina. Na última semana o pessebista já fez incursões em cidades como Macaé, Cabo Frio e Volta Redonda. Além disso, um núcleo da equipe de Freixo vem articulando uma estratégia de mobilização nas ruas inspirada na campanha vitoriosa de Gabriel Boric à presidência do Chile. A proposta batizada de “Portas abertas RJ” pretende organizar mutirões de voluntários que terão como missão bater em 13 domicílios por dia. A ideia é fazer uma busca ativa principalmente de eleitores indecisos e virar votos a favor do pessebista. Cada mobilizador terá como tarefa recrutar pelo menos mais quatro apoiadores até chegar a um pelotão capaz de bater a meta de cem mil residências abordadas em uma semana.

O foco dessa mobilização será em áreas periféricas e territórios dominados por tráfico e milícias, onde as campanhas têm mais dificuldade de se infiltrar. Já há grupos organizados em cidades da Baixada Fluminense como Nova Iguaçu e Belford Roxo, além da favela da Maré, na capital fluminense.

Neves se apega a Ciro

Rodrigo Neves tem apostado em caminhadas e carreatas em locais-chave e deve intensificar suas agendas ao longo da semana, além de depositar suas fichas nos debates para vencer o desconhecimento. Para os próximos dias, estão previstas ainda uma caminhada em Campo Grande, um dos bairros mais populosos da capital, na Zona Oeste, além de carreata em Cabo Frio, na Região dos Lagos, na manhã de sexta-feira. A cidade é governada por um dos poucos prefeitos do PDT no estado, José Bonifácio, que tem acompanhado de perto a campanha de Neves. Ex-prefeito de Niterói, à noite, ele vai à Praça da Cantareira, em seu reduto político, onde planeja um comício voltado para a juventude.

Já no domingo, dia em que o prefeito Eduardo Paes, seu aliado, fará evento com Lula na Zona Norte, Neves encontra o candidato à Presidência de seu partido, Ciro Gomes, para uma caminhada no calçadão de Copacabana, Zona Sul do Rio. O evento tem sido divulgado pelo PDT e deve contar com todos os nomes da chapa pedetista a cargos majoritários no estado.

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