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segunda-feira 4 de dezembro de 2023 às 06:16h

‘O eleitor votou com Lula e votou em mim’, diz José Ronaldo

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Em entrevista ao Tribuna da Bahia , o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (União Brasil) abordou o impacto do cenário político nacional, destacando a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições municipais.

Confira entrevista feita por Guilherme Reis, Mateus Soares e Paulo Roberto Sampaio, da Tribuna:

Tribuna: O senhor já decidiu se vai ou não ser candidato a prefeito de Feira de Santana? 

José Ronaldo: Estou andando, estou circulando, conversando e dialogando muito. Mas a minha decisão só tomo no final de janeiro e início de fevereiro. Mas, os contatos eu tenho feito, estou ouvindo as pessoas… Eu entendo que uma candidatura para uma chapa maioritária, para prefeito ou coisa semelhante, não deve ser uma coisa da cabeça apenas do candidato, mas uma coisa que vem a partir de um grupo político, de partidos políticos, para que a gente possa tomar realmente uma decisão madura e acertada dentro do processo político.

Tribuna: Qual o seu sentimento hoje em relação à cidade, em termos de demanda? O que que o senhor acha que o povo de Feira de Santana tem clamado nesse momento? 

José Ronaldo: Acho que o que você solicita do poder público, praticamente qualquer local é a mesma coisa. Você reivindica e cobra de serviços públicos tudo aquilo que você tem em uma grande cidade, não é diferente de outra, como sempre os mesmos pleitos, os mesmos desejos de conquistas. Acho apenas que, com a minha experiência de vida, por tanta coisa que eu já exerci na minha vida, eu acho que, vamos dizer assim, os amadurecimentos dos últimos anos, dentro do mundo da política, eu acho que permitem que a gente tenha um conhecimento mais amplo de toda a questão da vida pública e dos interesses da cidade. Modéstia à parte, entendo que conheço Feira de Santana profundamente. Tenho e sempre tive uma relação extremamente amistosa com o povo de Feira. Escuto muito, ouço muito povo de Feira. Isso é uma rotina na minha vida, escutar as pessoas, ouvir as pessoas, visitar as pessoas, visitar as empresas, as próprias pessoas das suas residências ou em eventos, sempre estou presente em tudo. Acho que isso permite que a gente tenha um amplo conhecimento da cidade. Mas se for realmente decidido essa questão, será uma decisão madura. Uma decisão tomada com amplo debate com a sociedade.

Tribuna: Qual é a sua avaliação sobre a gestão de Colbert Martins?

José Ronaldo: Nunca fiz avaliação de prefeitos aqui em Feira de Santana. Acho que, quando era prefeito, eu sempre fazia pesquisas. Nunca passei seis meses sem fazer pesquisa. Eu fazia, no mínimo, duas pesquisas anualmente, mas o certo eram três pesquisas por ano, de quatro em quatro meses eu fazia. E por que é que eu fazia isso? Para saber o que é que o povo achava do meu governo, para saber o que aquele cidadão que mora naquele bairro estava desejando que o poder público fizesse, para saber como é que estava naquela comunidade o funcionamento do posto de saúde, da escola, a pavimentação de ruas, a limpeza pública, etc. Então, sempre fiz isso. Eu sempre trabalhava bem-informado de tudo que estava acontecendo. Acho que o prefeito deve fazer suas pesquisas. É importante que ele faça para ter noção de como está o governo, de como ele deve se comportar. Eu, normalmente, nunca dei a opinião, nem sobre o adversário nem sobre o correligionário, dentro de um processo político que eu sempre participei.

Tribuna: O PSDB lançou a pré-candidatura de Paulo Roberto à Prefeitura de Feira e ele disse que vai ser até o fim. Qual é a sua percepção sobre isso? O senhor pretende conversar com o PSDB ou com Pablo para, de alguma forma, tentar manter o PSDB no grupo? 

José Ronaldo: Pablo foi vereador, secretário, hoje é deputado estadual. É uma pessoa que é boa de diálogo. É uma pessoa que é boa para fazer o bom diálogo, a boa conversa. Eu, vamos dizer assim, se eu for realmente candidato, Pablo é uma pessoa que eu gostaria muito de ter ao meu lado, que nós saíssemos unidos dentro de um processo político. Então, decidindo ser candidato, eu vou procurá-lo. Se eu decidir ser candidato, vou procurar ele, sentar com ele, conversar, dialogar, e ver se é possível, saindo candidato, ter um grupo unido. Eu acho que é muito importante. O grupo unido dará ao grupo político, vamos dizer assim, uma chance de ter êxito dentro do processo político. Eu nunca gosto de separação. Não gosto de divisão. Gosto de somar e de multiplicar. Então, acho que ele é uma pessoa que tem muito a contribuir dentro desse processo.

Tribuna: No mês passado, em entrevista à Tribuna, Zé Neto disse que vai ser candidato de novo em Feira. Porém, o PT sempre teve muita dificuldade na cidade. Em sua avaliação, por que há essa dificuldade do partido para conseguir vencer? 

José Ronaldo: Bom, anão sei responder a essa pergunta. O deputado sempre foi um adversário político. Historicamente, a vida inteira, foi um adversário político. E historicamente também eu nunca respondi a nenhuma colocação feita por ele. Ao longo da minha vida, sempre deixei que o povo respondesse aos questionamentos ou às formulações feitas por ele na imprensa ou na Tribuna, onde quer que fosse feito. Ele é filiado a um partido político, tem todo o direito de ser candidato. Então, é aguardar os desdobramentos, os próximos dias, no final de janeiro está bem pertinho, está cada dia mais perto. Eu acho que a gente vai decidir sobre esse processo, sobre ser candidato ou não. Está bem perto para ser tomada essa decisão. E aí a gente falará mais amplamente sobre todo esse processo. Enquanto isso, eu preciso continuar fazendo as minhas avaliações, fazendo as minhas peregrinações pela cidade, e ouvindo as pessoas. Estou feliz com o que eu ando ouvindo, com o que eu ando escutando. Mas vamos aguardar essas complementações desse período, que eu acho importantíssimo que aconteça.

Tribuna: O senhor acha que o eleitorado tende a preferir o candidato que critica e ataca menos os adversários durante a campanha? 

José Ronaldo: Acho que cada pessoa tem sua maneira de ser, tem o seu jeito de ser. Cada um age da sua maneira. A maneira que eu ajo é a maneira que eu vivi a minha vida inteira. Eu já fui oposição, já fui governo, já fui líder na Assembleia Legislativa da Bahia, já fui líder vice-líder de oposição. Já convivi com tudo isso, mas sempre tive um estilo de agir dentro do mundo político. Não mudei nada, continuo sendo o mesmo Zé Ronaldo, entendeu? Então, enquanto Deus me der vida, vou continuar agindo dentro do meu estilo, da minha maneira que eu sempre agi.

Tribuna: O senhor acredita que o cenário nacional e principalmente a figura do presidente Lula tendem, de alguma forma, a ajudar os candidatos do PT, inclusive, em Feira de Santana? Ou o senhor acha que o eleitor sabe separar? 

José Ronaldo: O exemplo, ao longo da história, mostra que o eleitor separa. Ninguém pode duvidar do prestígio do presidente Lula no estado da Bahia. Então, é um estado que tem por ele muita admiração. Os resultados eleitorais mostraram isso. Os resultados eleitorais são bem claros, claríssimos ao longo das eleições. Então, se você tem coisas tão claras, tão objetivas, você não vai brigar contra aquilo que é tão claro e tão objetivo. Agora, o eleitor sempre demonstrou separar uma coisa da outra. Nas vezes que fui candidato, o eleitor em Feira votou com Lula e votou em Zé Ronaldo. Vamos dizer assim, votou em Jaques Wagner para governador e votou em Zé Ronaldo. O eleitor votou em Rui Costa e votou em Zé Ronaldo. Votou em Jerônimo Rodrigues em uma eleição, e votou em ACM Neto em outra eleição. Cada eleição é uma história. Então, eu acho que o eleitor separa. O eleitor sabe fazer essas avaliações perfeitamente. Como eu sempre segui essas questões do eleitorado, não é agora que, depois de tantas eleições que eu vou mudar. Então, é seguir os princípios que são norteados pelo eleitor da cidade.

Tribuna: Se o sr. voltar à Prefeitura de Feira, caso decida se candidatar, quais seriam as suas áreas prioritárias? O que o senhor acha que a cidade, no momento, está precisando?  

José Ronaldo: Eu falarei com você, com o maior prazer da minha vida, no dia se eu decidir realmente anunciar ser candidato. Aí eu me sento por uma ou duas horinhas, e você poderá me questionar tudo que você quiser. Responderei tudo o que você quiser a respeito disso, responderei até bairro por bairro, comunidade por comunidade, e dentro do sentido amplo também eu responderei. Agora, enquanto eu não anunciar, não vou dizer isso, porque senão a minha resposta poderá ser entendida como uma decisão já tomada.

Tribuna: O senhor tem mantido alguma conversa com ACM Neto sobre as eleições? Se sim, ele demonstrou vontade de ajudar na campanha? 

José Ronaldo: Olha, a gente se vê pouco, mas a gente se vê. Na hora que é necessário conversar, a gente conversa. Mas acho que ele tem o papel dele. Ele saiu, vamos dizer assim, com 48% dos votos em uma eleição que disputou. É um percentual altamente significativo, agora, eu acho que sobre o futuro dele, sobre as posições políticas dele, sobre o que ele vai fazer, se ele vai se envolver dentro do processo político na eleição de prefeitos, sobre todas essas questões, só ele mesmo poderá responder. Confesso que não perguntei isso a ele, então é uma coisa que ele que vai ter que esclarecer melhor sobre esse assunto para eu não estar falando aqui por ele.

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