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sexta-feira 21 de outubro de 2022 às 06:41h

União Europeia chega a acordo para conter aumento dos preços de energia

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Cúpula europeia pretende desenvolver mecanismos para limitar impactos da crise energética causada pela guerra na Ucrânia. Proposta de teto no valor do gás é a principal divergência entre os países do bloco. Os líderes dos 27 países membros da União Europeia (UE) chegaram a um acordo para trabalhar em medidas voltadas a conter os elevados preços da energia, acentuados pela guerra da Ucrânia, informou nesta sexta-feira (21) o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. O anúncio foi feito no fim da cúpula sobre o tema realizada em Bruxelas.

“O Conselho Europeu chegou a um acordo. A unidade e a solidariedade prevalecem. Concordou em trabalhar em medidas para conter os preços da energia para as famílias e empresas”, escreveu Michel em sua conta no Twitter ao fim da cúpula de dois dias. O encontro visava superar as diferenças entre os países do bloco em relação à forma para se combater a crise energética.

A reunião se arrastou até a madrugada de sexta-feira, pois algumas diferenças entre os países não puderam ser superadas. As discussões foram marcadas por posições divergentes em assuntos como limites temporários aos preços de gás e regras de solidariedade no bloco para distribuição de gás aos Estados membros em caso de emergência. Não se chegou a um consenso sobre um teto no preço deste combustível fóssil.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a cúpula estabeleceu um “roteiro sólido” para a continuação do trabalho sobre os preços de energia. Von der Leyen lembrou ainda das medidas já adotadas desde o início da guerra para salientar que todas as iniciativas têm “um efeito contínuo que os cidadãos podem ver”.

Diferença sobre teto do preço do gás

Ao menos 15 dos 27 países da UE são a favor de um teto no preço do gás. A medida opõe Alemanha e sua tradicional parceira França. Berlim é contra a proposta e argumenta que ela pode reduzir os incentivos para economia de energia e desviar o fornecimento do combustível para os mercados asiáticos.

“Nós nomeamos parâmetros precisos que os ministros de Energia podem usar para detalhar propostas concretas unânimes”, disse o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz.

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que seu papel é “garantir que haja uma unidade europeia e que a Alemanha faz parte dela”. Macron afirmou ter trabalhado intensamente com Scholz em discussões bilaterais para obter um avanço na questão.

Numa concessão feita à Alemanha, o mecanismo para limitar o preço deverá ser acompanhado de garantias para evitar o aumento do consumo de gás e impedir que a UE subsidie eletricidade exportada para países vizinhos, incluindo Noruega, Reino Unido e Suíça.

Scholz sublinhou que as divergências estavam no método, não no objetivo. “Os preços do gás, do petróleo, do carvão devem cair. Os preços da eletricidade devem cair, e isso é algo que exige um esforço conjunto de todos nós na Europa”, afirmou.

Além da Alemanha, a Holanda e a Hungria estão entre os países que se opõem à proposta do teto. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, é o único líder europeu que mantém laços calorosos com o governo russo de Vladimir Putin.

Roteiro para o desenvolvimento de medidas

As diferenças entre os líderes europeus eram tão grandes que o acordo para discutir um plano energético foi anunciado como uma conquista. Por enquanto, a Comissão Europeia propôs que os países façam compras de gás em conjunto e chegou a compromisso para permitir um mecanismo temporário de correção dos preços.

As medidas devem incluir ainda regras de solidariedade para disponibilização de gás a todos os países do bloco em caso de emergência. “Há muito trabalho pela frente. Estamos entrando num território desconhecido, onde ainda não temos experiência”, disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.

A cúpula para discutir a crise energética foi realizada dias depois de a Comissão Europeia ter apresentado novas medidas para aliviar os preços do gás e da luz, durante o próximo inverno europeu, que começa em dezembro e quando se teme cortes no fornecimento por parte da Rússia.

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