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sábado 26 de março de 2022 às 08:58h

Só 900 mil de 6 milhões de jovens de 16 e 17 anos têm título de eleitor

DESTAQUE, ELEIÇÃO 2022, NOTÍCIAS


Faltando pouco mais de um mês para o prazo limite da Justiça Eleitoral, pelo menos 5 milhões de adolescentes conforme Rafael Neves, no UOL, ainda podem tirar título para votar em outubro pela primeira vez. Até o final de fevereiro, segundo a Corte, 835 mil pessoas de 16 e 17 anos tinham o documento, e o número deverá ultrapassar 900 mil com as adesões já confirmadas em março.

Apesar do aumento, esse universo representa apenas 15% dos mais de 6 milhões de brasileiros que estão hoje nessa faixa etária, conforme a projeção mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os esforços para reverter este quadro têm partido não apenas do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas também de influenciadores e celebridades.

Devido a um conjunto de fatores, inclusive o envelhecimento da população brasileira, o número de jovens com título de eleitor vem caindo nas últimas décadas. Em 1992, ano do registro mais antigo do TSE, havia 3,2 milhões de eleitores com 16 ou 17 anos no país. Já nas últimas eleições gerais, em 2018, o total havia encolhido para 1,4 milhão, menos da metade.

Mesmo tendo sido uma baixa histórica, o contingente de quatro anos atrás não será alcançado facilmente em 2022. Para isso, será preciso convencer pelo menos 500 mil potenciais eleitores de 16 e 17 anos a emitirem o documento nas próximas seis semanas. A data-limite é 4 de maio.

Em março, o TSE fez uma campanha no Twitter sobre a importância de tirar o título. A mensagem alcançou 88 milhões de usuários, graças à ajuda de perfis famosos que foram desde times de futebol, como Flamengo e Corinthians, até o fã-clube do grupo de K-pop BTS. O resultado foi a emissão de quase 100 mil novos títulos em uma semana, dos dias 14 a 18 deste mês, para jovens entre 15 e 18 anos.

Para quem tem 16 ou 17 anos, o voto não é obrigatório – mas pode ser um golaço para o futuro do país! Nesse #RolêdasEleições, o Flamengo convoca a juventude da Nação Rubro Negra para tirar o título de eleitor em https://t.co/DBSeympSSE até 4 de maio e fortalecer a democracia ? pic.twitter.com/nXIwNs7n12

— Flamengo (@Flamengo) March 16, 2022
O processo atual de emissão do título é 100% digital. O pedido da primeira via do documento pode ser feito online, na página de autoatendimento do eleitor, do TSE, e exige apenas carteira de identidade, comprovante de residência e, no caso dos homens, também o comprovante de quitação do serviço militar (veja instruções abaixo).

Para votar no dia da eleição, também não será necessário levar o título em papel. Basta baixar um aplicativo, o e-Título, informar o número do documento e mostrar a versão digitalizada para o mesário na seção eleitoral.

Lula e Bolsonaro

A mobilização pelo voto jovem tem ultrapassado as fronteiras do TSE. Famosos como Anitta, Juliette, Gkay, Whindersson Nunes, Bruna Marquezine, Casimiro, Felipe Neto, Zeca Pagodinho, Taís Araújo e até o ator americano Mark Ruffalo, o Hulk dos filmes da Marvel, publicaram mensagens conclamando os adolescentes a procurarem a Justiça Eleitoral.

O incentivo tem partido especialmente de opositores do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que pode ser explicado pelas pesquisas eleitorais mais recentes. Na última sondagem do Datafolha, por exemplo, Bolsonaro ganhou terreno e chegou a 26%, contra 43% do ex-presidente Lula. Entre os eleitores de 16 a 24 anos, porém, a vantagem do petista é ainda maior: 51% a 22%.

O segmento mais jovem é, de longe, o que mais rejeita Bolsonaro: de acordo com a mesma pesquisa do Datafolha, 62% dos participantes de 16 a 24 anos afirmam que não votariam no atual presidente de jeito nenhum, contra 30% de seu maior adversário. Já entre os idosos, com 60 anos ou mais, a rejeição a Bolsonaro cai para 47%, enquanto a de Lula sobe para 42%.

A tendência foi percebida por aliados de Bolsonaro, que têm feito o movimento contrário. Em fevereiro, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) divulgou em suas redes a “campanha do voto veterano”, para incentivar o voto dos idosos. No texto, ela cita a população brasileira acima de 60 anos e pede que este público, “com a nobre sabedoria que carrega”, não deixe de ir às urnas.

Nesse contexto, surgiu inclusive a notícia falsa de que o TSE estaria cancelando títulos de eleitores com mais de 70 anos, o que foi desmentido pelo UOL Confere e pelo próprio TSE. O texto com o alerta falso, que viralizou no Twitter, destacava que milhões de aposentados podem votar em Bolsonaro.

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