A sessão na Câmara de Vereadores de Salvador nesta última segunda-feira (18) teve homenagem aos 100 anos do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e Construção Civil (Sintracom – BA). A sessão especial foi aberta com um minuto de silêncio em homenagem aos dois trabalhadores mortos, em um acidente em uma obra no Corredor da Vitória e foi presidida pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), no Plenário Cosme de Farias.
Fundado em 19 de março de 1919, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil foi um dos primeiros a serem criados no Brasil. “Não é todo dia que uma entidade social completa 100 anos combativa e atuante como o Sintracom. É uma entidade que defende os direitos da categoria de forma forte e permanente. A Câmara precisa estar em harmonia com essas pautas e fazer projetos de lei que beneficiem os trabalhadores”, disse a vereadora.
Aladilce Souza disse que a sessão era de homenagem e também um chamado para a luta contra a reforma da previdência. “Homenagear os 100 anos do Sintracom é essencial. Esperamos que ele tenha muito mais anos porque a luta do trabalhador não acaba enquanto tivermos desigualdades tão fortes”, completou.
“Eu parabenizo esse sindicato que tem tantas frentes de luta e ainda sofre com a falta de segurança como a que vitimou dois trabalhadores ontem. Desde a Revolta dos Peões muitos direitos foram conquistados, mas a busca por melhorias continua”, disse o vereador Hélio Ferreira (PCdoB).
O secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, disse que comemorar os 100 anos do Sintracom serve de incentivo ao movimento sindical. “Nesse momento em que o mundo do trabalho sofre um duro ataque do governo, numa tentativa de desmontar a estrutura dos sindicatos, é fundamental fortalecermos a luta do trabalhador”, destacou o secretário.
Luta
O presidente do Sintracom, Carlos Silva, disse que infelizmente a categoria ainda é invisível para a sociedade. “Essa sessão tem essa importância também. Além de comemorar os 100 anos, dá visibilidade a nossa luta. A segurança do trabalho continua sendo uma das nossas lutas e que buscamos reforçar depois desse acidente que vitimou dois trabalhadores”, disse o sindicalista.
O Sintracom foi primeiramente chamado de Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Demais Classes, com bandeiras de lutas históricas da classe trabalhadora na época: jornada de trabalho de oito horas por dia, liberdade de organização sindical, aumento de salários, isonomia salarial entre homens e mulheres com mesmas funções e abolição do trabalho infantil.
O sindicato enfrentou a ditadura militar, organizou greves e movimentos históricos, com destaque para a Revolta dos Peões, em outubro de 1989. “O Sintracom cumpriu um relevante papel na organização das lutas dos trabalhadores. Ainda é preciso conquistar melhores condições de trabalho e segurança que está ainda mais ameaçada com a terceirização da mão de obra, regulamentada no país após a reforma trabalhista”, destacou o presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores da Indústria da construção e do Mobiliário nos Estados da Bahia e Sergipe (Fetracom – Base), Edson Cruz.
A mesa da sessão especial, além dos já citados, foi composta pela superintendente regional do Trabalho e Emprego da Bahia, Gerta Schultz Fahel, pela diretora da Secretaria de Gênero e Orientação Sexual do Sintracom, Ednalva Bispo, pelo presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto Vasconcelos e a supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Georgina Dias.
Também fizeram parte da mesa de trabalho o presidente da Confederação Nacional do Trabalhador na Indústria da Construção e do Mobiliário (Contricom), Altamiro Perdona, o conselheiro da Federação Baiana dos advogados Trabalhista (Abat), Jorge Lima e a vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rosa de Souza.