Os senadores da CPI da Pandemia entregaram no final da manhã desta quarta-feira (27) a Augusto Aras na PGR o relatório final da CPI da Pandemia, que sugere o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de outras 77 pessoas por crimes cometidos no curso da crise sanitária que já fez mais de 600.000 vítimas fatais no país.
Segundo a revista Veja, os parlamentares de oposição ao governo foram recebidos no gabinete de Aras no prédio da PGR em Brasília. Eles entraram e saíram pela garagem em um encontro que não foi aberto ao registro da imprensa. Como se sabe, Aras é um aliado de Bolsonaro e há na capital federal quem ainda nutra a esperança de que com a possibilidade de naufrágio no Senado da indicação de André Mendonça para uma vaga no STF, o atual PGR volta a ter força na disputa pelo cargo.
O senador Rogério Carvalho disse em suas redes que Aras teria se comprometido a investigar todas as pessoas apontadas no relatório que tenham foro privilegiado. Pouco depois, o perfil oficial do MPF no Twitter divulgou um pequeno trecho sobre o que falou o PGR na reunião, confirmando que poderão ser abertas investigações sobre pessoas em exercício de mandato, como, por exemplo, Bolsonaro e seus filhos Flávio e Eduardo. Os integrantes da CPI levaram o relatório completo ao chefe do MPF, mas prometeram entregar até o fim do dia um documento mais enxuto, só com as denúncias das pessoas com detentores de foro. “Esta CPI já produziu resultados. Temos denúncias, ações penais, autoridades afastadas e muitas investigações em andamento e agora, com essas novas informações poderemos avançar na apuração em relação a autoridades com prerrogativa do foro nos tribunais superiores”, disse Aras aos parlamentares.
Os senadores deixaram o gabinete do procurador por volta das 11h30 e seguiram para o prédio do STF para a entrega do relatório da comissão ao ministro Alexandre de Moraes.