Dirísio é acusado de traficar armas por meio de sua empresa International Auto Supply (IAS), que tem sede em Assunção, capital paraguaia. De acordo com a investigação, o argentino comprava material bélico — milhares de pistolas, munições e fuzis — de vários fabricantes europeus sediados na Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
“Ele é o dono da empresa, que coordena todas as ações da empresa, acertou diretamente a venda e revenda sabendo que essas armas teriam que ser desmontadas e destinadas ao crime organizado. Isso ficou demonstrado na investigação e esta foi a maior dificuldade para iniciar a operação”, disse
— Ele é o dono da empresa, que coordena todas as atuações da empresa, fazia as tratativas diretas para a venda e revenda com ciência de que essas armas deveriam ser raspadas e destinadas ao crime organizado. Foram cerca de 43 mil nessa situação, desde 2020 — explicou o delegado Flávio Márcio Albergaria Silva, superintendente da PF na Bahia.
Após chegarem em Assunção, capital paraguaia, as armas tinham a numeração raspadas e até recebiam logotipos de outras indústrias a fim de despistar os investigadores e eram então repassadas para as principais facções criminosas brasileiras — Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comanda da Capital (PCC). Segundo a PF, desde 2020, 659 fuzis e pistolas entregues pelo grupo aos criminosos foram apreendidas em dez estados brasileiro.
Fuzis, dinheiro, relógios e canetas: veja itens apreendidos em operação da PF contra tráfico de armas
Segundo os investigadores, o esquema comandado por Dirísio envolvia doleiros e empresas de fachada no Paraguai e em Miami, nos Estados Unidos. As investigações apontam que os suspeitos em solo americano atuavam na parte financeira do esquema, realizando o pagamento das armas para os fabricantes no Leste Europeu: Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
A PF pediu a inclusão de 21 suspeitos na lista vermelha da Interpol, para que sejam extraditados ao Brasil, caso sejam presos. Nesta terça, também foram apreendidos centenas de armas e uma grande quantidade de dólares , ainda não contabilizada. Além disso também foi determinado o bloqueio de R$ 66 milhões em bens, direitos e valores no Brasil.
A operação, conduziada pela Justiça da Bahia, contou com a cooperação internacional da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) com o Ministério Público do Paraguai.