A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) alerta que a reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul vai levar pelo menos um ano. A entidade lançou nesta segunda-feira (13) um apelo internacional para implementar um plano de emergência e atender às vítimas.
A instituição pede 8 milhões de francos suíços (R$ 45 milhões) para “ampliar a assistência humanitária às comunidades afetadas pelas enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul”.
“Essa inundação sem precedentes afetou dois milhões de pessoas em áreas rurais e urbanas, e o número de desabrigados ultrapassou 620.000, com mais de 81.000 pessoas alojadas em escolas, ginásios e outros abrigos temporários”, afirmou.
“Esses números podem aumentar, pois os danos ainda estão sendo avaliados em algumas áreas remotas ou isoladas, e o estado está novamente em alerta com o risco de as águas subirem a níveis recordes na capital, Porto Alegre”. disse.
Por meio desse apelo emergencial, a Federação Internacional da Cruz Vermelha apoiará, pelos próximos 12 meses, 25.000 pessoas que perderam suas casas e precisam urgentemente de assistência, especialmente famílias monoparentais com crianças menores de cinco anos, idosos e pessoas com deficiência.
“Desde o início das chuvas, as equipes da Cruz Vermelha Brasileira (CVB) têm trabalhado ininterruptamente para manter as pessoas seguras. Os voluntários da Cruz Vermelha têm prestado primeiros socorros, assistência médica e apoio psicológico à população afetada. Nos abrigos, eles estão realizando iniciativas de promoção de higiene e ajudando as pessoas a entrar em contato com seus entes queridos”, diz o comunicado emitido em Genebra.
A entidade ainda ativou centros de coleta e enviou toneladas de suprimentos de socorro para as áreas afetadas. “Os voluntários ajudarão a distribuir os suprimentos e trabalharão com as autoridades locais para avaliar as necessidades e os danos em 160 comunidades. Com o apoio da IFRC, eles ampliarão sua resposta, concentrando-se na saúde por meio da promoção da saúde e da higiene, do apoio psicossocial e do acesso à água potável”, explicou.
Somente em Porto Alegre, mais de 80% dos moradores não têm água encanada. Cinco das seis instalações de tratamento de água da cidade não estão funcionando, e as autoridades locais decretaram que a água deve ser usada exclusivamente para consumo essencial.
“No prazo imediato, vamos nos concentrar em cuidar da saúde física e mental das pessoas mais vulneráveis, garantindo que elas tenham acesso à água – incluindo informações e meios para realizar a desinfecção doméstica da água – e distribuindo artigos de limpeza e higiene, cobertores, lâmpadas solares e conselhos sobre prevenção de doenças”, disse Daniel Bolanos, chefe da delegação da FICV no Cone Sul.
À medida que a resposta inicial avança, os especialistas em resposta a desastres da FICV que já estão na área afetada estão preparando o terreno para ampliar a resposta. “A recuperação das enchentes levará pelo menos um ano, e a Cruz Vermelha está pronta para coordenar com as próprias comunidades afetadas o que precisa ser priorizado e como lidar com isso ao longo do tempo”, completou Bolanos.