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segunda-feira 1 de maio de 2023 às 08:04h

‘Ratos de túnel’: os soldados que enfrentavam a morte no Vietnã

CURIOSIDADES, NOTÍCIAS


Não há sinônimo melhor para definir a Guerra do Vietnã além de “Guerra da Resistência”. Isso porque conforme matéria de Julio Cezar de Araujo, no Mega Curisoso, o conflito durou longos e extenuantes 20 anos, ficando marcado como o responsável por minar pela primeira vez na História o patriotismo no coração da sociedade norte-americana. Inclusive em muitos dos próprios soldados, que não resistiram e apelaram para o suicídio por meio do fragging ou deserção – preferindo a desonra do que enfrentar o conflito.

A morte permeou todos os aspectos da guerra insuportável, com os combatentes sendo submetidos a desafios físicos impostos pelo clima, terreno e a vida selvagem do Vietnã. Além disso, eles também tiveram que lidar com problemas logísticos e com a complexa situação política instável do país. Não havia vantagem para nenhum dos lados, tampouco uma situação mais ou menos favorável.

Além de lutar nas selvas e nos arrozais do sudeste da Ásia, os soldados também desempenharam a função de rato de túnel (“tunnel rats”), considerado um dos ofícios mais física e psicologicamente traiçoeiros e desafiadores de toda a guerra. A missão deles era entrar em labirintos subterrâneos construídos pelos vietcongues, principais inimigos, para destruir sua resistência.

A morte a cada esquina

(Fonte: DC News Now/Reprodução)

(Fonte: DC News Now/Reprodução)

No início da Guerra do Vietnã, o Viet Minh criou um complexo sistema subterrâneo de túneis para lutar contra as forças coloniais francesas, e que depois foi apoderado e melhorado pelos vietcongues durante a década de 1960. Os túneis incluíam hospitais, áreas de treinamento, instalações de armazenamento de armas, sedes e quartéis. Tudo possuía um tecnológico sistema de ventilação que permitia que os guerrilheiros ficassem escondidos no subsolo por meses.

Quando o conflito estourou, as tropas do Tratado ANZUS (Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos) descobriram o sistema de túneis, com os homens da Terceira Tropa de Campo, uma unidade de engenharia de combate australiana, sendo os primeiros a entraram no sistema.

Com isso, nasceu a profissão de rato de túnel, soldados que receberam a tarefa de destruí-los, coletar inteligência deles e matar ou capturar seus ocupantes em situação de combate muito próxima. Na maioria das pessoas, os soldados eram equipados com apenas uma pistola M1911 ou revólver M1917, uma baioneta, uma lanterna e explosivos.

(Fonte: War History Online/Reprodução)

(Fonte: War History Online/Reprodução)

Esse esquema aconteceu em 1966, quando os americanos começaram a enviar várias tropas para flertar com a morte ao se rastejar pelos túneis minúsculos e perigosos. Uma vez lá dentro, os soldados tinham que enfrentar todos os tipos de perigosos, desde soldados inimigos, minas e armadilhas, que incluíam ataque de cobras venenosas e bombas de gás.

Tendo que erradicar cada túnel, um por um, a tarefa esgotou os soldados fisicamente a ponto de muitos entrarem em colapso, morrendo de calor ou de ferimentos. A guerra também aconteceu na cabeça deles, muitos “ratos” enlouqueceram nos túneis, tendo que viver à flor da pele a cada segundo, sem saber o que poderiam encontrar a cada curva. Como resultado, houve uma incrível taxa de baixas.

Os escolhido

(Fonte: History Net/Reprodução)

(Fonte: History Net/Reprodução)

A maioria dos ratos de túnel foram treinados na Escola de Engenharia Militar do Exército Australiano, localizado a cerca de 32 quilômetros a oeste de Sydney, durante três meses de extenso treinamento de campo. Lá, eles aprenderam tudo o que deveriam fazer quando chegassem no epicentro da guerra, como detecção de minas, desarmamento de armadilhas, busca de túneis e demolições.

Eles eram mandados para o subsolo em pares, compostos por um soldado experiente e outro iniciante na função de rato de túnel. Os homens eram geralmente de menor estatura, entre 1,65 metros de altura, porque conseguiam fazer manobras mais confortáveis no espaço estreito. A maioria deles eram de ascendência europeia ou hispânica, muitos dos quais eram porto-riquenhos ou latino-americanos.

A primeira vez que os ratos de túnel caíram em conhecimento público foi em janeiro de 1966, após a Operação Crimp, uma operação militar combinada entre EUA e a Austrália na província de Binh Duong.

Como resultado desse trabalho ingrato, os ratos de túnel sofreram com uma alta porcentagem de lesões e doenças causadas pela inação constante do Agente Laranja.

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