O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta quarta-feira (29) que não vai recuar das mudanças propostas para o programa de câmeras corporais da Polícia Militar, de que os equipamentos serão acionados por PMs ou de maneira remota, e não haverá mais gravação ininterrupta, como é o modelo atual.
“Não há a necessidade de gastar com armazenamento de imagens de uma câmera que nunca é desligada, sendo que já existem outros modelos de monitoramento para evitar excessos policiais. Queremos uma população segura, e não um policial vigiado”, disse Tarcísio em evento em Campinas (SP), em que assinou o contrato do TIC (Trem Intercidades) que prevê a ligação entre a cidade e a capital.
Nesta quarta, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu 72 horas para que o governo de São Paulo se manifeste sobre as mudanças no programa de câmeras, previstas em novo edital para a contratação de 12 mil novos equipamentos.
Durante o evento, Tarcísio afirmou que não vai recuar da decisão de limitar as gravações das câmeras sob a justificativa de que a captação ininterrupta “gera muitos custos ao estado pela necessidade de armazenamento”.
Especialistas em segurança pública consultados pelo jornal “Folha de S.Paulo” apontam que o novo modelo pode trazer prejuízos para futuras investigações, uma vez que deixa a responsabilidade do acionamento com os policiais.
Dados mostram que a letalidade policial caiu após o início do programa. As mortes decorrentes de intervenção policial reduziram 85% nos batalhões com o equipamento em 2021. Já em 2022, o número de mortos pela polícia no estado com idade entre 10 e 19 anos foi de 80%, e acelerou a implementação dos dispositivos. O governador não comentou sobre a redução na letalidade policial.