O temor de eventuais dobradinhas com nomes do PL identificados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez com que o PSB renovasse nesta última quinta-feira (11) a validade da regra de que coligações nas disputas municipais em capitais precisem passar pelo crivo da direção nacional da legenda.
A resolução aprovada pela comissão executiva nacional busca evitar associações a nomes considerados autoritários ou extremistas não apenas do PL, mas de outros partidos de direita e de centro.
“Todas as deliberações a serem aprovadas nos Congressos Eleitorais Municipais (convenções) do PSB sobre formação de coligações e escolha de candidatos em capitais e cidades com possibilidade de segundo turno terão de ser submetidas à aprovação prévia da direção nacional, que poderá aprovar, alterar ou anulá-las em caso de desacordo com as orientações políticos-eleitorais do Partido Socialistas Brasileiro”, diz o trecho da resolução aprovada.
Candidato à reeleição, o prefeito de Recife, João Campos (PSB-PE), e seu irmão, o deputado federal Pedro Campos (PSB-PE), foram alguns dos que defenderam essa possibilidade de veto.
Segundo apurou o Valor, algumas coligações com o PL poderão seguir adiante caso os representantes do partido de Bolsonaro não sejam alinhados com “o ex-presidente ou os ideais radicais defendidos por ele”.
Pré-candidato à prefeitura de São Luiz, o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) recebeu a sinalização do PL de que contará com o suporte da sigla para a corrida eleitoral. O caso dele deve ser apreciado.
Ao Valor, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, explicou que as coligações em capitais e em cidades com chances de segundo turno dependem do aval da direção nacional. “O que se recomendou foi evitar coligações e apoio a candidatos com viés autoritário. Não apenas no PL, mas em outros partidos também”.
O dirigente, porém, deixou em aberto a possibilidade de candidaturas próprias receberem apoio de nomes considerados polêmicos. “Ninguém pode negar receber apoio. Apoio sempre é bem vindo.”