O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Gesivaldo Nascimento Britto, movimentou R$ 24 milhões em suas contas bancárias nos últimos sete anos, o equivalente a R$ 3.428 (três milhões, quatrocentos e vinte e oito mil reais) por ano, de acordo com informações levantadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo nesta terça-feira (19), o valor seria incompatível com os vencimentos da magistratura, que por ano não chega a R$ 500 mil. Na Bahia, depois de um reajuste de 16,38%, juízes e desembargadores têm vencimentos de até R$ 35,1 mil mensais. O desembargador foi afastado do cargo, nesta terça-feira (19), por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ) após suspeitas de corrupção.
A PGR cita a existência de um “ambiente de corrupção sistêmica” no tribunal baiano. Além do afastamento, uma operação de busca e apreensão foi feita, na capital baiana, contra quatro desembargadores do TJ-BA e dois juízes de primeira instância.
O ministro do STJ, Og Fernandes , relator do caso, aponta em sua decisão “uma teia de corrupção, com organização criminosa formada por desembargadores, magistrados e servidores do TJ-BA, bem como advogados, produtores rurais e outros atores do referido Estado”. A investigação aponta a suspeitas de que Gesivaldo Britto atuou em um esquema ilegal de grilagem de terras no oeste baiano. Além dele, também foram alvo da operação Faroeste 21 pessoas, entre elas, de acordo com a Polícia Federal, Adailton Maturino , Antonio Roque, Aristotenes Santos Moreira, Francisco de Assis Moreira Filho, Geciane Maturino, Gesilvado Brito, Irenilta Apolonio Castro, José Olegário, José Valter Dias, Júlio César Ferreira, Karla Janayna Leal Vieira, Luiz Ricardi, Marcio Duarte, Márcio Braga, Maria da Graça Pimentel, Maria do Socorro, Marivalda Moutinho, Ricardo Augusto, Rosimeri Zanetti, Sergio Humberto e Walter Yukio Horita.