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Os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) - Fotos: CNN
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sábado 17 de setembro de 2022 às 15:10h

Presidenciáveis concentram eventos no Sudeste no 1º mês de campanha

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São Paulo foi a cidade mais visitada pelos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) no primeiro mês da campanha eleitoral nas ruas —que começou em 16 de agosto.

Levantamento feito pelo UOL aponta que 60% das agendas dos candidatos mais bem posicionados nas pesquisas ocorreram na região Sudeste (veja abaixo). Foram considerados eventos de campanha divulgados pelas equipes dos presidenciáveis até o início da tarde de sexta-feira (16).

De 151 eventos contabilizados pelo UOL, 44 ocorreram na cidade de São Paulo. Ciro Gomes e Lula foram os candidatos que mais fizeram campanha na capital paulista —os dois participaram de 15 eventos de campanha na cidade. Tebet teve 11 compromissos no município e Bolsonaro, três.

“O maior colégio eleitoral do Brasil é São Paulo, é natural que a atenção dos presidenciáveis e candidatos se volte para o estado e mais especificamente para a região metropolitana”, avalia Vera Chaia, cientista política e professora da PUC-SP.

A cidade de São Paulo tem 9,3 milhões de eleitores registrados —5,95% do total nacional. Do total de eventos de campanha presidencial avaliados pelo UOL, 29% foram na cidade de São Paulo.

Estado de SP é o que mais recebe presidenciáveis. Levando em consideração os estados, no período analisado, foram:

  • 61 eventos de campanha no estado de São Paulo,
  • 16 no Rio de Janeiro,
  • 13 no Distrito Federal e
  • 12 em Minas Gerais.

O Sudeste tem a maior parte dos eleitores brasileiros —quatro entre dez eleitores no país são desta região. Isso não foi ignorado pelos presidenciáveis numa campanha de apenas 46 dias de duração. O primeiro turno ocorre daqui a duas semanas, em 2 de outubro.

Em 2022, o eleitorado é dividido da seguinte forma no território nacional:

  • Norte: 8,03%
  • Nordeste: 27,11%
  • Centro-Oeste: 7,38%
  • Sudeste: 42,64%
  • Sul: 14,42%

O Sudeste concentra os principais colégios eleitorais do país e é onde se decide efetivamente os vencedores das eleições, especialmente em Minas Gerais e São Paulo.”
Luciana Santana, cientista política da UFAL (Universidade Federal de Alagoas)

Não são apenas os presidenciáveis. Chaia observa que outros políticos sem ligação com São Paulo escolheram o estado para lançar suas respectivas candidaturas à Câmara: os ex-deputados federais Eduardo Cunha e Cristiane Brasil (ambos do PTB e eleitos anteriormente pelo Rio de Janeiro); a ex-ministra Marina Silva (Rede), nascida no Acre; e Rosângela Moro (União Brasil), mulher do ex-juiz Sergio Moro e nascida no Paraná.

“A mesma coisa acontece com o Tarcísio de Freitas [do Republicanos, candidato ao governo de São Paulo], que é do Rio [de Janeiro] e registrou o domicílio eleitoral na casa de um irmão que vive em São José dos Campos”, acrescenta.

Campanha reduzida amplia apelo ao Sudeste. A campanha oficial deste ano é a menor desde 1994.

Desde as eleições passadas, o período de campanha foi reduzido para que se criasse a pré-campanha —a diferença entre as duas é que na pré-campanha não se pode pedir votos.

Santana ressalta que o pouco tempo de campanha oficial restringe a ida dos presidenciáveis a locais onde há maior concentração de eleitores por uma questão de praticidade.

“Especialmente no caso de candidatos sem fidelidade partidária, como o presidente Jair Bolsonaro, que precisa fazer com que o eleitor entenda que o número dele não é mais 17, e sim 22”, diz.

Conhecimento. Candidatos pouco conhecidos pelo público médio, como a senadora Simone Tebet, também correm contra o tempo para se mostrar e apresentar propostas. Entre os quatro presidenciáveis que tiveram as agendas levantadas pelo UOL, ela é a que mais visitou cidades diferentes:

  • Simone Tebet: 27 cidades visitadas
  • Ciro Gomes: 25 cidades visitadas
  • Jair Bolsonaro: 19 cidades visitadas
  • Lula: 11 cidades visitadas

“Por ser uma eleição estadual e federal, o diálogo com o eleitor é mais difícil. Há maior dificuldade das campanhas para realizar deslocamentos até chegar nas bases eleitorais. Isso demanda mais estratégias de comunicação para chegar ao eleitor, que é muito diverso e heterogêneo”, diz Luciana Santana.

Eventos oficiais ou de campanha? Há pelo menos dez situações que misturam compromissos de Bolsonaro enquanto chefe do Executivo e eventos de campanha como candidato à reeleição.

Todos os itens listados abaixo constam nas duas agendas —a de presidente e a de candidato:

  • 18/8: Visita ao parque tecnológico de São José dos Campos (SP);
  • 19/8: Motociata em Belo Horizonte durante ida à cidade para participar da solenidade de inauguração do TRF-6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região);
  • 20/8: Participação de cerimônia na AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) em Resende (RJ);
  • 23/8: Participação do Congresso Aço Brasil em São Paulo;
  • 23/8: Solenidade de chegada do coração de D. Pedro 1º em Brasília;
  • 25/8: Cerimônia de Dia do Soldado em Brasília;
  • 26/8: Festa do Peão em Barretos (SP);
  • 2/9: Participação da Expointer em Esteio (RS);
  • 7/9: Dois eventos, um em Brasília e outro no Rio de Janeiro, em celebração aos 200 anos da independência da República; o presidente convocou a militância durante semanas e utilizou a ocasião como um grande comício eleitoral.

A campanha de Bolsonaro argumenta que há diferença entre o que é ato institucional e ato eleitoral. No entanto, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vetou o uso de imagens dos eventos de 7 de setembro na campanha do chefe do Executivo. Segundo o ministro Benedito Gonçalves, o uso da máquina pública —em especial a veiculação das manifestações pela TV Brasil— fere o princípio de igualdade entre os candidatos.

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