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sexta-feira 26 de agosto de 2022 às 17:35h

Preço da energia no Reino Unido dispara em 80% meio à crise do custo de vida

ECONOMIA, NOTÍCIAS


Os preços regulados da energia aumentarão 80% a partir de outubro no Reino Unido e as contas de gás e eletricidade podem aumentar ainda mais “significativamente” no próximo ano em meio à crise que afeta o custo de vida.

O limite de preço autorizado vai passar de £ 1.971 por ano por residência média para £ 3.549 a partir de outubro, informou o órgão regulador Ofgem nesta sexta-feira (26). A alta reflete o aumento dos preços globais do gás no atacado desde o fim dos confinamentos pós-pandemia, e levado a níveis recordes pelas limitações no fornecimento de gás russo à Europa desde o início da guerra na Ucrânia, argumenta Ofgem.

Nos últimos dias, os preços do gás se aproximaram de seus máximos históricos alcançados no início da ofensiva russa na Ucrânia, e o Ofgem alerta que “os preços podem piorar consideravelmente em 2023”.

Com o teto de preço sendo calculado de acordo com a média do custo do gás no atacado nos meses anteriores, os especialistas estimam uma alta de mais £ 4 mil em janeiro e até £ 6 mil na primavera.

O Ofgem, empregadores, fornecedores e associações pedem ação imediata do governo para evitar um choque “dramático” para as famílias de baixa renda, que já enfrentam inflação superior a 10%, a mais alta dos países do G7, enquanto a economia britânica flerta com a recessão.

Pobreza energética

De acordo com a Universidade de York, quase dois terços das famílias britânicas estão em risco de pobreza energética no próximo ano.

“Estamos vendo uma situação muito estressante entre nossos clientes”, declarou Philippe Commaret, diretor comercial da EDF para o Reino Unido. Ele acrescenta que algumas famílias tomam medidas desesperadas e perigosas, como renunciar ao aquecimento ou desligar geladeiras.

Com muitos lares precários, dependentes de contadores recarregáveis, “acreditamos que veremos milhares [de casas] com interrupções repentinas de eletricidade”, denuncia o think tank Resolution Foundation.

Diane Skidmore, uma aposentada de 72 anos que vive em um alojamento social no Sul de Londres com £ 600 (pouco mais de R$ 3,5 mil) por mês, viu sua conta mensal passar de £ 25 para £ 45 em pouco mais de um ano. Ela acaba de receber um comunicado de seu fornecedor pedindo que ela planeje os próximos débitos em £ 70.

“Todo mundo vai ter dificuldades”, ela adverte, afirmando que pretende usar casacos e cobertores para minimizar seu consumo de aquecimento. Ele ainda se preocupa com os vizinhos que usam contadores pré-pagos: “sempre estão endividados e devem ficar inadimplentes no aluguel para que a luz e o gás não sejam cortados”.

“A ajuda está chegando”

O ministro britânico da Economia, Nadhim Zahawi, prometeu que “a ajuda está chegando, com £ 400 de desconto nas contas de energia para todos, £ 650 para famílias vulneráveis ​​e £ 300 para aposentados”.

O ex-primeiro-ministro conservador Boris Johnson deixou essa questão politicamente sensível para o próximo chefe de governo, cujo nome será revelado em 5 de setembro. A favorita para substituí-lo, a thatcherista Liz Truss, até então favorecia mais cortes de impostos do que ajudas diretas, que ela descreve como “paliativos”.

Nesta sexta-feira, ela pareceu suavizar sua posição em uma coluna do Daily Mail, dizendo que se entrar em Downing Street tomará medidas de “ajuda imediata”, mas “também atacará as raízes do problema”.

“É hora de o governo parar de proteger os lucros das gigantes do petróleo e começar a proteger as pessoas”, declarou impaciente à Sky News o diretor da associação contra a pobreza energética NEA.

“Don’t Pay”

A ONG ambientalista Greenpeace, por sua vez, pede que se coloque a questão energética no centro da política governamental, principalmente um melhor isolamento térmico de habitações deploráveis ​​no Reino Unido, e para “turbinar” o investimento em energias renováveis ​​“que se tornaram mais baratas” do que o gás.

O movimento “Don’t Pay” (Não pague, em tradução livre) obteve 115.657 apoiadores que se comprometeram a deixar de pagar suas contas de eletricidade a partir de outubro se estas não forem reduzidas a um “nível acessível”, sob a condição de terem 1 milhão de assinaturas.

A organização, que está convocando protestos em frente ao escritório do Ofgem nesta sexta-feira, ergueu uma faixa na ponte em frente ao Parlamento com os dizeres: “Que ninguém passe frio ou fome neste inverno. Comprometa-se a fazer a greve: não pague”.

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