Está a caminho do Brasil o porta-aviões norte-americano Kitty Hawk em sua última viagem rumo a um estaleiro no Texas, onde será desmanchado e vendido como sucata.
Último porta-aviões movido a diesel, o Kitty Hawk esteve em operação entre os anos de 1960 e 2009, participando de ações militares da Guerra do Vietnã até a Guerra do Golfo. Com 326 metros de comprimento e pesando mais de 60 mil toneladas, a embarcação tinha a capacidade de levar até 100 aviões de caça e mais de 4.500 tripulantes. Os porta-aviões atuais da Marinha dos Estados Unidos são movidos a energia nuclear.
Batizado em homenagem à região onde os irmãos Wright realizaram o primeiro voo da história em 1903, o Kitty Hawk foi arrematado no ano passado por um centavo de dólar (menos de R$ 0,05) pela International Shipbreaking Limited, empresa especializada no desmanche de navios.
A transação gerou polêmica nos Estados Unidos, já que a empresa estaria levando vantagem ao adquirir um bem construído com o dinheiro dos contribuintes, o que levou a ISL a se pronunciar e explicar que arcará com os custos do processo de desmanche, que antes seria do governo norte-americano.
Um comboio de rebocadores iniciou a última viagem do Kitty Hawk em janeiro deste ano, saindo de Seattle, na costa oeste dos Estados Unidos, com destino ao Texas na costa leste. Devido ao seu tamanho, o porta-aviões não consegue passar pelo canal do Panamá, sendo obrigado a contornar toda a América do Sul para então chegar ao seu destino.
Uma parada técnica está prevista no Brasil, em Salvador (BA), nas próximas semanas. Mas é difícil prever a data exata devido à lentidão que o comboio se desloca, pois, o Kitty Hawk navega sem propulsão própria e sem tripulação, puxado pelos rebocadores.
A localização do comboio pode ser acompanhada pelo site Marine Traffic acompanhando o Michele Foss, um dos rebocadores que acompanha o porta-aviões.