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terça-feira 25 de maio de 2021 às 11:25h

Por que o país que mais vacinou no mundo teve aumento de casos de Covid?

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As Ilhas Seychelles, na África Oriental, possuem o maior número de pessoas vacinadas contra o novo coronavírus em proporção a sua população, com seis a cada dez pessoas totalmente imunizadas com duas doses. Apesar do bom desempenho, o arquipélago com cerca de 100.000 habitantes viu os números de casos da doença aumentarem vertiginosamente no mês de maio e uma série de medidas restritivas precisaram ser impostas mais uma vez.

Por ser um país pequeno, o seu número de infecções é bem baixo se comparado a outros países do planeta. Durante o mês de abril, cerca de 50 novos casos foram registrados diariamente e o número era considerado estável. Em meados de maio, porém, a média móvel atingiu a casa dos 400 novos casos confirmados em 24 horas.

Ainda que os números estejam voltando a se estabilizar, a proporção de novos casos é considerada alta, principalmente quando compara com a de outros países que vacinaram a maioria de sua população, como Israel e Reino Unido. No dia 10 de maio, o Ministério da Saúde das Seychelles disse que cerca de um terço dos novos casos ocorreu entre aqueles que já foram totalmente vacinados.

Não há registro de qual vacina foi aplicada nas pessoas que contraíram a doença após estarem totalmente imunizadas. Dos que necessitaram de internação hospitalar, 80% ainda não haviam sido vacinadas e apresentaram outros problemas de saúde.

Até esta última segunda-feira (24) 70% da população das ilhas recebeu ao menos uma dose da vacina, enquanto 63% foram totalmente vacinados desde o início da campanha de vacinação, em janeiro.

A primeira vacina a ser aplicada foi a chinesa Sinopharm. Em seguida, as doses de Oxford-AstraZeneca produzidas na Índia, essas chamadas de Covishield, passaram também a fazer parte do programa nacional, além da russa Sputnik V, ainda mais recentemente. De acordo com o comissário de saúde do país, Jude Gedeon, 57% das doses administradas foram da Sinopharm e 43% da Covishield.

A eficácia das vacinas aplicadas no país foi uma questão levantada com a nova crescente de casos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Sinopharm tem 79% de eficácia contra infecções sintomáticas e é considerada altamente eficaz na prevenção de sintomas graves e internações. Apesar desses dados clínicos serem considerados promissores, há pouca informação sobre seu uso ao redor do mundo e, no mês passado, o chefe do Controle e Prevenção de Doenças da China esboçou preocupação em relação à sua eficiência, ou seja, sua capacidade de proteção na prática.

Há dúvidas também a respeito da atuação da vacina de Oxford-AstraZeneca contra a variante sul-africana. Um estudo realizado na África do Sul indicou uma queda acentuada na proteção de casos leves e moderados. A pesquisa não avaliou a eficácia em si, mas a OMS alertou para a evidência indireta.

Apesar das questões envolvendo a eficácia, a hora de relaxar as medidas restritivas também pode ter sido um fator que elevou o número de casos em Seychelles. De acordo com Gedeon, a abertura de escolas, restaurantes e a retomada das atividades comerciais em março pode ter causado o aumento de casos vistos agora. Além disso, o feriado de Páscoa, no início de abril, e o relaxamento das pessoas após terem recebido as doses da vacina podem ter sido fatores preponderantes para o cenário atual.

O turismo é outro fator nessa equação, embora o governo tenha reforçado que ainda é cedo para fazer relações. As Ilhas Seychelles dependem da prática para sua economia e em 2019 o país chegou a receber mais de 400.000 turistas. Em 25 de março, o arquipélago anunciou que o turismo estava reaberto e passou a não exigir mais quarentena, apenas um teste negativo de Covid-19. Como resultado, mais de 14.000 pessoas visitaram as ilhas apenas no mês de abril, número muito maior do que o registrado em março.

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